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Seguro rural carece de estímulo de subsídio governamental

Quando a discussão se volta para o campo, é preciso avançar tanto em seguro como em microsseguro. "É um assunto que precisa ser muito discutido ainda no Brasil", diz Pedro Loyola, coordenador técnico e econômico da Federação de Agricultura do Paraná (Faep). "Já convencemos o pessoal do Ministério da Fazenda sobre a importância do seguro. Agora nosso esforço está em ajudá-los a convencer outros ministérios e também a Casa Civil."

Uma das formas de convencimento é puramente técnica. A Faep, que congrega 80 mil produtores, encomendou um estudo para a consultoria MB Associados, do economista Alexandre Mendonça de Barros. "Constatamos que em todos os lugares do mundo o governo participa com recursos para equalizar o seguro, afinal, a agricultura é uma atividade de alto risco e o agricultor precisa de segurança para produzir", disse Loyola.

Apenas sete seguradoras atuam com seguro rural no Brasil, protegendo 18% da área plantada, o que torna o crédito caro e arriscado para todos os envolvidos na cadeia. É preciso contar com o subsídio do governo, uma vez que o custo do seguro não cabe na planilha do produtor. Chega a representar 10% dos custos. "Temos de ter uma política de subsídios mais estruturada para permitir o aumento da área plantada pretendido pelo Brasil até 2050", acrescentou Loyola.

Há décadas o governo investe para encontrar uma solução financeira para a cadeia do agronegócio. Muito tem se falado do microcrédito para o produtor rural, mas ele só é eficiente se for combinado com outros produtos financeiros, como seguros, mercado futuro ou mesmo fundos. "Como pagar o financiamento agrícola se uma enchente ou seca acabar com tudo? Um microsseguro pode ajudar a quitar o empréstimo e garantir verba para que o produtor volte a plantar", diz Roberto Barroso, CEO da BB Mapfre para as operações de vida e rural.

Para o executivo, assim como o seguro ajuda a baixar as taxas do crédito, o microsseguro reduzirá o custo do microcrédito, o que beneficiará a todos na cadeia, uma vez que com taxas mais acessíveis um número maior de pessoas poderá usar o crédito para empreender. "Nesse círculo virtuoso o país cresce e reduz o índice de pobreza", explica.

Delsa Moreno Caperro, diretora de seguros agroindustriais da Mapfre Colômbia, conta que o custo de distribuição e índice de sinistralidade (pagamento de indenizações sobre os valores pagos pelos segurados para ter a cobertura) são maiores na operação de microsseguros do que na operação de seguro rural. "Ou seja, trata-se de um segmento diferenciado, que precisa de investimentos para se tornar rentável."

A executiva, que estruturou a primeira seguradora de Cuba, a pedido de Fidel Castro, afirmou que é vital que haja um grande empenho do governo e das empresas privadas no desenvolvimento de uma estratégia nacional para aumentar o nível de educação dos agricultores. Segundo ela, na Colômbia, governo e instituições financeiras já estão convencidos de que a educação financeira é uma condição necessária para a estabilidade macroeconômica. Três seguradoras dedicam-se ao seguro agrícola ali, informou.

No Brasil, além da educação financeira, ainda é preciso ensinar o agricultor qual a melhor época para plantar, para adubar, para colher. "E esse apoio nós temos do nosso parceiro, pois o Banco do Brasil é o principal agente de crédito agrícola. O que nos faz privilegiados no desenvolvimento de produtos adequados aos produtores rurais." Trata-se de um investimento caro e com retorno imensurável no curto prazo. Por isso, quanto mais as experiências forem compartilhadas, mais o tempo e os recursos serão otimizados. Barroso acredita que o projeto de microsseguro rural leve, em média, dois anos para atingir a maturidade financeira. Para Delsa, tecnologia, seguro e crédito formam um triângulo selado por uma aliança de ouro.

Fonte:Valor Econômico

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