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Sanidade animal na França: investimento em prevenção

Em 1952 a França registrava as maiores taxas de doenças contagiosas em seu rebanho: tuberculose bovina, 10%; infecção por brucelose, 50% e 34 mil focos de febre aftosa. A partir de 2000 a situação se inverteu, quando o país resolveu adotar uma política preventiva, ao invés de curativa. A nova postura permitiu a elevação em seu status de controle da sanidade animal.

Atualmente, a França mantém esse controle atuando num modelo específico de saúde pública, em que a política é definida e conduzida pela União Europeia em parceria com veterinários. Juntos eles formam o Grupo de Defesa Sanitária (GDS), cujo objetivo é ajudar autoridades sanitárias no combate às diversas doenças que prejudicam a produção animal. Algo similar aos Conselhos de Sanidade Agropecuária (CSAs) desenvolvidos no Paraná.
 
O cenário da sanidade animal na França foi apresentado pelo diretor geral do departamento de Sanidade Pecuária do país, Marc Henri Cassagne, uma das autoridades francesas a recepcionar o grupo de produtores e técnicos do Paraná que está na Europa desde o último dia 7. A comitiva, que participa de uma viagem técnica internacional promovida pelo Sistema FAEP, assistiu à apresentação durante uma visita técnica à Federação da Agricultura da França (FNSEA).

De acordo com Cassagne, o GDS acompanha os serviços veterinários de profilaxia, gestão de crises, realiza planos de saúde, saneamento coletivo e oferece serviços personalizados aos agricultores nas áreas de saúde animal, higiene e saúde de qualidade.

Na avaliação do chefe da Divisão de Sanidade Animal da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), Marco Antonio Teixeira Pinto, que acompanha o grupo, o Brasil está no caminho certo na política de saúde pública se comparada à da França. "As organizações de saúde reconhecidas pelo Ministério da Agricultura, no Código Rural, são parceiras da administração na condução da política de saúde pública", disse.

Meio ambiente – Ainda na FNSEA, o grupo assistiu a uma apresentação da engenheira-agrônoma do departamento de Meio Ambiente da instituição Eugenia Pommaret, que discorreu sobre a atualização de uma Política Agrícola Comum (PAC) e sobre a legislação ambiental da União Europeia – tema de grande interesse entre os produtores paranaenses.

Segundo ela, as principais linhas de ação do PAC com relação ao meio ambiente atualmente são: limitação e proteção de águas, com tratamento dos dejetos e valores de limite de uso para nitratos e agrotóxicos. O pagamento de serviços ambientais, que será discutido em 2013 na atualização do PAC , era definido pelo tipo produção e depois pelo tamanho da área de produção. A proposta atual é que a exigência seja pelo atendimento das questões ambientais, sanidade e bem estar animal.

Sobre a legislação que rege o meio ambiente, Eugenia explicou que é composta por 23 diretrizes para proteção da biodiversidade. Cada país membro da União Europeia utiliza as diretrizes e pode criar outras para atender suas particularidades. "O produtor que não atender as diretrizes pode ter redução dos subsídios de até 100%, dependendo da importância da diretriz para a região onde ele se encontra", informou. Para construção de poços artesianos, por exemplo, é necessário pedir autorização que depende da disponibilidade de água da região.

Roteiro – A comitiva paranaense, composta por 34 pessoas, permanece na Europa até domingo, dia 22 de maio. Além da França, o grupo visita propriedades e laboratórios na Alemanha, Bélgica, Holanda e Itália. O objetivo é obter dividendos, experiências e boas ideias que possam ajudar no desenvolvimento da atividade rural no Estado.
 

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