A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) revisou para cima sua estimativa da produção de grãos, fibras e oleaginosas na safra 2012/2013. No sétimo levantamento divulgado ontem a projeção é de produção de 184,05 milhões de toneladas, volume 10,8% superior ao colhido no período anterior (167,77 milhões de toneladas (t) e superior as 183,58 milhões de toneladas estimadas em março (+0,25%, ou 462 mil t). Na estimativa de janeiro, a previsão era de produção de 184,99 milhões de toneladas na safra 2012/2013.
No entanto, outros produtos agrícolas enfrentam problemas com o clima e têm afetado a inflação no País. As hortaliças e legumes, que passaram de 8,96% para 11,85% entre o fechamento de março e a primeira quadrissemana de abril, e as frutas (5,29% para 6,19%), responderam por 0,24 ponto percentual da inflação do período.
Segundo os técnicos da Conab, as condições climáticas são favoráveis aos grãos. O excesso de chuva na Região Centro-oeste, o aumento na área do milho de segunda safra e a conclusão do período de semeadura foram os responsáveis pelo aumento da produção da safra de grãos.
A soja se destaca com crescimento de 23,4% sobre as 66,38 milhões de toneladas colhidas na safra passada, com produção estimada em 81,94 milhões de toneladas.
O milho de segunda safra tem bom desempenho, com aumento de 9,1% sobre as 39,11 milhões de toneladas do último período, e deve atingir 42,69 milhões de toneladas. Os técnicos observam que o volume da segunda safra (antiga safrinha) supera a produção do milho de verão (primeira safra), estimada em 34,77 milhões de toneladas. O arroz também se destaca com crescimento de 3%, passando de 11,6 milhões de toneladas para 11,94 milhões de toneladas.
O levantamento da Conab mostra que a área total de plantio de grãos cresceu 4,2% em relação à safra passada (50,89 milhões de hectares) e chegou a 53,04 milhões hectares. As culturas de soja e milho obtiveram também as maiores ampliações de área plantada. A expansão da área da soja foi de 10,7% (de 25 milhões para 27,71 milhões de hectares). A área do milho de segunda safra cresceu 13,4% (de 7,62 milhões para 8,64 milhões de hectares).
Para realizar o sétimo levantamento de safra os técnicos da Conab foram a campo entre 18 a 22 de março, quando entrevistaram a aplicaram questionários aos representantes de cooperativas, de secretarias de agricultura e órgãos e instituições rurais da iniciativa pública e também da privada dos principais polos agrícolas do País.
IBGE prevê 181 mi
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de março projeta uma safra de 181,3 milhões de toneladas de grãos em 2013, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se confirmada, a safra será 12% superior à do ano passado. O IBGE revisou a safra de 2012, que passou de 162,1 milhões de toneladas para 161,9 milhões de toneladas. A estimativa de março para a safra de 2013 foi 1,2% menor do que o previsto em fevereiro, o equivalente a 2,2 milhões de toneladas a menos. A projeção do IBGE considera o ano cheio e não o ano safra, como faz a Conab.
A área de grãos a ser colhida em 2013 será de 52,7 milhões de hectares, segundo o LSPA. O resultado representa um aumento de 7,9% em relação à área colhida em 2012, que ficou em 48,8 milhões de hectares. No entanto, houve redução de 214.574 hectares (-0,4%) em relação ao total previsto no levantamento de fevereiro.
As três principais culturas – arroz, milho e soja -, que representam 92,5% da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, respondem por 86,0% da área a ser colhida em 2013. Em relação a 2012, houve aumento de 0,9% na área de arroz, de 8,1% para o milho, e de 10,5% para a soja. O arroz terá um avanço de 5,1% da produção, enquanto o milho virá com uma safra 5,0% maior, e a soja tem previsão de aumento de 23,2%.
Produção de fertilizantes
A discussão sobre as pesquisas para aumentar a produção de fertilizantes no Brasil é uma preocupação do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade. Ele destacou o tema durante a sessão solene em homenagem aos 79 anos do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), realizada ontem na Câmara dos Deputados.
"Tenho interesse em discutir com o Ministério de Minas e Energia [MME] e o DNPM a respeito das pesquisas de fertilizantes que afetam diretamente a agricultura, uma cadeia produtiva fundamental para o nosso país", destacou o ministro.
Um dos interesses do Departamento é estimular o aumento da produção de minerais utilizados na fabricação de fertilizantes. De acordo com o diretor-geral da autarquia, Sérgio Dâmaso, as pesquisas em mineração foram fundamentais para que o centro-oeste se transformasse na atual potência agrícola.
Veículo: Diário do Comércio – SP
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