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Região de Campo Mourão/ PR está finalizando plantio de verão

Após quase dois meses de apreensão pela falta de chuva, agricultores começam a respirar aliviados com o plantio de verão que está adiantado. O Paraná, segundo maior produtor do Brasil, atingiu 17% da área total nesta semana e está acelerado em relação à safra passada. De acordo com o engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral), Otmar Hubner, a tendência é que em todo o estado, com a finalização do plantio da primeira safra de milho, a semeadura da soja siga em ritmo acelerado. "Para garantir assim a segunda safra de milho [safrinha] a partir de fevereiro", diz.
No Núcleo Regional de Campo Mourão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) os números confirmam esse cenário. Da área estimada para o milho, por exemplo, falta apenas 5% a ser plantado. Já no caso da soja, ainda restam 55%. Mas no ano passado, apenas 13% dos grãos estavam na terra neste período.
Na região, o plantio já foi realizado em 258 mil hectares dos 575 mil previstos para soja pelo Deral. No caso do milho já foram plantados mais de 19 mil hectares dos 20 mil previstos. Segundo o técnico do Deral em Campo Mourão, Luiz José Coelho, esse ritmo acelerado é resultado da mecanização e do alto investimento no campo. "Enquanto colhem os dados na região, os técnicos têm relatado que os municípios de Ubiratã e Campina da Lagoa estão um pouco mais atrasados. Mas hoje todos os produtores já têm plantadeira e trator. Agora, com poucos dias propícios, com sol logo após a chuva, como aconteceu aqui na região, eles conseguem terminar o plantio."
Coelho acrescentou que, apesar da incerteza quanto ao clima nesta safra, por enquanto, a qualidade está perfeita. "O clima tem ajudado. No que já foi plantado, a condição está 100% boa", completa. A expectativa de produtividade no entanto é um pouco menor do que no ano anterior. A queda na produtividade do milho deve ser de 3%, já no caso da soja a variação negativa deve ser um pouco maior e ficar em 11%.
Mas se a produtividade assusta, as novas altas nas cotações de produtos agrícolas estão dando mais ânimo aos agricultores nessa safra. A saca de 60 Kg do milho já está sendo negociada aos R$ 16,54. Há três meses, a mesma saca era vendida por R$ 13,43. A soja estava negociada na região há R$ 33,37, hoje o preço da saca está beirando os R$ 40,00. Além disso, outro fator que tem animado um pouco, após anos de baixo lucro na agricultura, é que os custos de produção também tiveram ligeira baixa.

Orientações para safra
O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) lançou recentemente um boletim com orientações para o produtor rural nesta safra que promete ser marcada pelo fenômeno La Niña. De acordo com o pesquisador do Iapar, Paulo Herinque Caramori, há um indicativo de chuvas abaixo da média. "Observamos que, no caso do Paraná, isso deve durar até dezembro", alerta.
O Paraná está situado numa área de transição entre as regiões Sul e Sudeste, por isso, apresenta resposta ao La Niña um pouco mais variável que o extremo sul brasileiro. No entanto, para os três estados do Sul, de forma geral, há 20% de probabilidade que as chuvas ocorram acima da média, 35% próximas à média e 45% abaixo da média. "Essas previsões indicam tendências que servem como alerta para se tomar cuidados especiais e minimizar possíveis impactos negativos", pondera Caramori.

Medidas
– Fazer a semeadura escalonada dentro das épocas recomendadas pelo zoneamento agrícola, para que as fases mais sensíveis ao déficit hídrico não ocorram na mesma época.
– Contratar um seguro agrícola para proteção contra eventos climáticos extremos.
– Sempre que possível, fazer a diversificação das culturas.
– Evitar populações de plantas superiores ao recomendado.
– Realizar a adubação recomendada conforme análise do solo, de preferência aplicando o adubo em maior profundidade.
– Não queimar os restos culturais em hipótese alguma.
– Realizar cuidadoso manejo de pragas.
– Fazer rigoroso controle de plantas invasoras que competem por água com a cultura.
– Racionalizar o uso da água na propriedade.

Tribuna do Interior
Por Ana Carla Poliseli

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