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Redução do ICMS do trigo no RS beneficia a indústria de MG

A produção gaúcha de trigo que será comercializada com os estados de MG, RJ e SP com o ICMS a 2% é remanescente da safra 2012/13

trigo colheita_070A redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) na comercialização do trigo produzido no Rio Grande do Sul em Minas Gerais, que passou de 8% para 2%, não deve prejudicar a produção mineira do cereal e irá beneficiar a indústria, que tem o trigo como principal insumo e vem enfrentando dificuldades em adquirir o cereal.

A produção gaúcha de trigo que será comercializada com os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo com o ICMS a 2% é remanescente da safra 2012/13. As dificuldades em escoar a produção e desocupar os silos para armazenamento da nova safra, que chega ao mercado em meados de setembro, foram fatores que incentivaram a redução do imposto.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Moinhos de Trigo de Minas Gerais (Sinditrigo), Lincoln Gonçalves Fernandes, a redução do imposto vem em um momento importante para a indústria mineira, que enfrenta problemas com o abastecimento do cereal, já que o período atual é de entressafra. Na região Sul, tanto o Paraná quanto Santa Catarina já trabalhavam com a redução do imposto.

“A redução do ICMS vai facilitar as negociações do setor já que, no momento, estamos em um período de falta de trigo brasileiro. Toda iniciativa que contribua para estimular a produção do cereal no país é muito bem vinda, uma vez que a produção nacional é inferior à demanda da indústria e ainda somos dependentes de aquisições externas. Neste caso, a redução do ICMS irá tornar a aquisição do trigo do Rio Grande do Sul mais competitiva, já que existem gastos significativos com o frete”, afirmou.

Em relação à produção mineira, a expectativa é que não haverá impacto negativo nos preços. “A produção mineira, que vem crescendo nos últimos anos, ainda é muito pequena em relação à demanda interna. Por isso, acreditamos que não haverá problemas no momento de negociar a safra. Além disso, o produto mineiro tem outras vantagens, como qualidade superior, o frete mais em conta que nos demais estados e a colheita que antecede a safra do Sul do país, garantindo ao produtor preços de entressafra”, disse Fernandes.

Ainda segundo o presidente do Sinditrigo, a demanda pelos moinhos em Minas Gerais gira em torno 500 mil toneladas por ano, sendo que a produção mineira é inferior a 200 mil toneladas.

“Minas Gerais tem muito espaço para ampliar a produção de trigo e mercado garantido para negociar a safra. O crescimento ainda é pequeno, já que o cultivo do cereal ainda não está inserido na cultura do produtor mineiro. Além disso, a oferta de sementes adaptadas ao clima é insuficiente para que ocorra crescimento amplo no curto prazo, mas temos vários projetos em desenvolvimento para expandir a produção”, explicou.

Crescimento

No Estado, devido aos preços elevados e à demanda aquecida, o plantio de trigo na safra 2013/14 terá incremento entre 30% e 40% no volume, que deve girar em torno de 170 mil toneladas. A expectativa do setor é manter o crescimento da safra ao longo dos próximos anos.

A sustentação dos investimentos na cultura do cereal se deve ao fato de o mercado consumidor ser superior à produção nacional, o que garante preços mais elevados para os produtores mineiros, que colhem a safra antes das regiões tradicionais, com o Sul do país.

Por colher o trigo com antecedência, o produtor do Estado consegue negociar a tonelada do produto, no início da colheita, a cerca de R$ 850. A partir de setembro, quando começa a colheita no Sul do país, a tendência é de retração no preço. Nesse período, o valor deve recuar para cerca de R$ 700 a tonelada, cotação ainda suficiente para cobrir os custos e garantir boa rentabilidade aos triticultores.

Fonte: Diário do Comércio – 10/07/2014

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