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Quebra de safra nos EUA beneficia sojicultores do País

O relatório de setembro Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de oferta e demanda mundial de grãos, divulgado ontem, colocou o Brasil novamente na primeira posição da produção de soja da safra 2013/14, o que pode favorecer os preços de comercialização e exportações dos produtores paranaenses.

De acordo com os dados do USDA, a produção norte-americana da oleaginosa caiu para 85,7 milhões de toneladas, sendo que a previsão inicial era de 90 milhões de toneladas. A produção brasileira saltou de 85 milhões para 88 milhões de toneladas, sendo 42,4 milhões de toneladas direcionadas às exportações. O País deverá manter a posição de primeiro produtor e exportador mundial.

De acordo com a economista Federação Paranaense do Estado do Paraná (Faep), Gilda Bozza, que realizou uma análise do cenário e a compilação dos dados do USDA, o resultado é consequência da forte estiagem que atingiu os Estados Unidos nos últimos meses. A produtividade em solo americano deve ficar em 2,7 mil quilos por hectare.”Acredito que é uma quebra razoável e deve influenciar o mercado mundial. Os preços da soja devem reagir com esse novo relatório.”

Para o chefe de conjuntura do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretária de Agricultura do Paraná (Seab), Marcelo Garrido, o aumento das cotações deve ser momentâneo. Garrido acredita que o Brasil pode ganhar ainda mais espaço com essa quebra, caso ela se consolide ao longo da próxima safra.

O plantio começará no Paraná no próximo dia 20 de setembro e o volume de produção poderá atingir 22,6 milhões de toneladas, cerca de 3,6% menos que no mesmo período da safra passada (2012/13), que chegou a 23,4 milhões de toneladas. “O Brasil pode se beneficiar, mas ainda é cedo para dizer. Temos que aguardar como será a colheita da soja americana. Em relação aos preços, eles podem aquecer neste momento, mas não acredito que deve permanecer assim”, comentou.

Já para o milho, o USDA elevou a estimativa de produção norte-americana de 349,6 para 351,6 milhões de toneladas, o que acabou surpreendendo o mercado, que esperava queda. Para o Brasil, a produção foi mantida em 72 milhões de toneladas e as exportações retificadas em 18 milhões de toneladas. Com a produção prevista, o Brasil fica na terceira posição, atrás dos EUA e da China. “Como o milho norte-americano foi plantado atrasado, o grão acabou sofrendo menos com a seca”, salientou a economista da Faep, Gilda Bozza.

Por fim, a produção de trigo nos EUA permaneceu em 57,54 milhões de toneladas, com exportações previstas na casa de 29,9 milhões de toneladas. Em território nacional, a produção prevista é de 4,7 milhões de toneladas – a mesma do relatório de agosto – e importações estimadas em 7,7 milhões de toneladas.

Folha de Londrina

 

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