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Projeto analisa perda de nutrientes pela erosão em áreas de cana e soja

Pesquisa conduzida em Presidente Castelo Branco e Cianorte, na região Noroeste do Paraná, aponta que terraços minimizam perdas

Um estudo vinculado à Rede Paranaense de AgroPesquisa e Formação Aplicada (Rede AgroParaná) faz o monitoramento e a avaliação da quantidade de macronutrientes e de sedimentos transportados pela erosão em áreas cultivadas com cana-de-açúcar e soja, em diferentes manejos. Conduzida pela Universidade de Maringá (Unicesumar), o projeto é realizado desde agosto de 2020, na região de Arenito, mais especificamente nos municípios de Cianorte e Presidente Castelo Branco, no Noroeste do Paraná. A Rede AgroParaná é uma parceria entre o SENAR-PR, Fundação Araucária e Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia.

Em ambos os municípios, foram instaladas duas megaparcelas – áreas de dois hectares –, uma conduzida com terraços e outra sem terraceamento. Em Castelo Branco, os pesquisadores mantêm o cultivo de cana; em Cianorte, soja, em rotação com milho e aveia. As megaparcelas são equipadas com estruturas de monitoramento e de coleta da água escoada pelas chuvas. Após as precipitações, o material captado em campo é analisado em laboratório pelos pesquisadores.

“Em todo momento em que ocorre ou se tem previsão de chuva, os assistentes técnicos vão a campo, independentemente da hora ou do dia da semana. Temos equipamentos que captam e registram o volume do escoamento. Amostras são coletadas em frascos e, em laboratório, isso é processado. Aí, analisamos a quantidade de sedimentos, de água. Com isso, temos quanto de nutriente saiu, quanto de água escoou e quanto se infiltrou no solo”, explica o coordenador do projeto e professor da Unicesumar, Edison Schmidt Filho.

Essas análises comparam as quantidades de fósforo obtidas a partir das amostras de solo coletadas. Em seguida, os pesquisadores fazem a correlação dos resultados com o volume precipitado, gerando informações que possibilitam quantificar os macronutrientes que existiam no solo antes e após cada chuva e a quantidade transportada no processo de erosão. Dados preliminares apontam que as áreas cultivadas com terraceamento tem sofrido menos erosão e perdas de nutrientes, indicando a eficiência das práticas conservacionistas.

Na megaparcela de Cianorte, por exemplo, existem indicativos que na chuva analisada em 12 de abril houve o escoamento de 25.705 mg/l de sedimentos na área sem terraço e de 800 mg/l na área com terraços. No caso do fósforo, houve presença de 0,1897 mg/l da água escolada da megaparcela sem terraceamento e de 0,0047 mg/l na faixa cultivada com terraços.

“Entender e quantificar as perdas de macronutrientes por erosão química e o assoreamento são pontos fundamentais para definir o manejo e as práticas conservacionistas que deverão ser recomendadas para cada tipo de solo do Estado. O projeto foi criado justamente para que o produtor tenha uma alternativa para melhorar seu manejo de solo por meio de melhores estruturas de conservação e de técnicas de plantio que evitem a erosão e a contaminação de bacias hidrográficas. Isso é fundamental para o produtor, que vai ter mais eficiência em sua produção, e também para a cidade, que vai ter sua bacia preservada”, observa Schmidt.

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