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Produtores do Paraná se preparam para enfrentar o La Niña

O fenômeno La Niña está confirmado e deve provocar veranicos prolongados na primavera e no verão. No Paraná, os produtores procuram informações sobre técnicas de plantio e manejo das lavouras que reduzam os efeitos negativos desse período.
Experiente, o agricultor Wilson Pan, de Londrina, soube que os próximos seis meses devem ser de pouca chuva e organizou o plantio da soja de forma escalonada. Ele também vai adotar cinco cultivares, duas de ciclo precoce e três de ciclo médio. Com essa estratégia o produtor garante que já evitou grandes perdas com a seca.
– Em anos anteriores eu já fiz esse plantio com variedades de ciclo diferente. Quando nós pegamos uma seca que seja meio prolongada num material de ciclo precoce, nós podemos ter perdas que vão de 30% a 40%, sobretudo se essa seca ocorre no momento da florada e início de formação de grãos. Evitando o plantio só de material precoce, nós podemos ter ganhos em produtividade que podem ir, também, a 30%.
Para a safra 2010/2011 a Secretaria de Agricultura do Paraná prevê uma área com grãos 7% inferior, cerca de 5,6 milhões de hectares. Mas a área com soja deve ser 3% maior em relação ao ano passado, perto de 4,5 milhões de hectares. A grande preocupação, agora, dos produtores que estão saindo do milho e migrando para a soja é com relação ao clima e aos possíveis efeitos do fenômeno La Niña, se vai trazer mesmo tantos veranicos ou não, como se está especulando. E, os produtores estão em busca de informação.
Um seminário realizado pelo Sindicato Rural de Londrina discutiu os elementos que envolvem o plantio de soja. Para o meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib, o La Niña é imprevisível, mas os últimos 45 dias sem chuva no Paraná já são um sintoma dos seus efeitos, especialmente para a agricultura.
– Com certeza a primavera vai ser seca e o agravante é que o solo está muito seco e isso pode gerar algum transtorno lá na frente. E, além do tempo seco, vamos ter períodos muito quentes, o que favorece a evaporação da umidade no solo. Infelizmente podemos ter uma primavera seca na região.
A pesquisadora da Embrapa Soja, Divânia de Lima, reforça que o melhor é escalonar o plantio e diversificar as cultivares.
– Quando você escalona o plantio, você evita que toda a lavoura seja atingida por uma seca em determinada fase crítica, como enchimento de grãos ou a própria floração. Quando você usa cultivares de ciclos diferentes, você propicia uma maior oportunidade para que a falta de água não seja crucial em determinados momentos. Então você tem a oportunidade de ter cultivares que estão no estágio vegetativo, onde nesse estágio o déficit hídrico não é tão crítico, e minimiza esse risco de uma forma geral.
O pesquisador da Embrapa Soja Dionísio Gaziero lembra que em períodos de estiagem o produtor deve dar atenção redobrada para o controle de ervas daninhas
– A seca interfere inclusive no funcionamento dos herbicidas. O que ele tem que fazer nesse momento que antecede o plantio da soja? Ele tem que, se chover, tomar cuidado no sentido de deixar uns dois ou três dias, pelo menos, para que a planta se recupere, e aí o produto vai poder funcionar melhor. Não adianta a planta não estar recuperada e estar aplicando já. O outro fator importante é que, na medida em que chover, vai germinar as plantas daninhas que estão aí. Se ele esperar dois ou três dias já vai pegar uma série de espécies.

Fonte: Canal Rural
Kátia Baggio | Londrina (PR)

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