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Produtores de trigo querem contratos de opção e retorno dos leilões da Conab

O presidente da FAEP, Ágide Meneguette , encaminhou ofício ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e à Conab historiando os problemas na comercialização do trigo e pedindo mudanças para a próxima safra, além de reajuste do preço mínimo conforme os custos de produção levantados pela própria Conab. Lembra ainda no documento a necessidade da "retomada imediata dos leilões, conforme o cronograma anunciado originalmente e a realização de AGF que atenda aos pequenos produtores com aumento do limite máximo para 3.000 sacas por produtor"..

Meneguette acentua que o Mapa negociou com o setor produtivo que iria investir R$ 200 milhões na comercialização de trigo. Estavam previstos inicialmente 12 leilões de Prêmio de Escoamento da Produção (PEP) e de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) entre novembro de 2011 e fevereiro de 2012 e dois leilões extras para 30/11 e 7/12. A previsão do governo era realizar leilões para escoamento de trigo de 15 em 15 dias. O próximo seria em 21 de dezembro; e, em 2012, em 04 e 18 de janeiro e 01, 05 e 29 de fevereiro.

No entanto, antes do leilão extra de 7 de dezembro, o Mapa suspendeu os leilões e até o momento não há perspectivas de retorno desse instrumento no apoio à comercialização.

Com isso, apenas três leilões foram realizados, sendo arrematadas apenas 597 mil toneladas frente a uma produção nacional de 5,4 milhões de toneladas, o que representou 11% da produção total. Além disso, o Mapa havia prometido anunciar para janeiro e fevereiro as Aquisições do Governo Federal (AGF) para o Paraná com limite de 1.000 sacas por produtor, quantidade considerada insuficiente mesmo para pequenos produtores, pois cobre apenas 22 hectares da produção levando-se em consideração que a média de produtividade é de 2.720kg/ha.

Comercialização: apenas 35%

O Paraná, historicamente líder na produção do cereal, conseguiu comercializar apenas 35% da safra de 2,42 milhões de toneladas, ou seja, há ainda 1,5 milhão de toneladas nas mãos dos produtores, sendo que o mercado está praticamente travado com poucos compradores, mesmo com o preço médio de R$23,65, o qual não cobre o preço mínimo e muito menos os custos de produção.

Os produtores financiaram a produção da safra nos bancos e fornecedores de insumos e os compromissos financeiros já começaram a vencer.

"Para evitar que os triticultores tenham maior prejuízo", afirma Ágide no ofício,  "solicitamos a alocação de recursos para disponibilizar opções de venda, lançadas pela Conab aos produtores, em volume e condições definidos antes da época de plantio, março de 2012, e para serem exercidas até o final do mesmo ano de seu lançamento".

 

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