Sistema FAEP

Produção de ração no Brasil fica estável em 2016 com impacto da escassez de milho

Volume projetado para 2017 é de 69 milhões de toneladas, ante uma estimativa de 66,8 milhões de toneladas em 2016

A produção e o consumo de ração animal do Brasil em 2017 deverão crescer 3,3 por cento, após uma estagnação em 2016, com produtores de aves, suínos e bovinos retomando produção com um arrefecimento dos preços do milho, a principal matéria-prima do setor, estimou nesta quarta-feira o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações).

O volume projetado para o próximo ano é de um recorde 69 milhões de toneladas, ante uma estimativa de 66,8 milhões de toneladas em 2016, que representou uma estagnação ante 2015.

Produtores de aves e suínos, principalmente, sofreram forte impacto da escassez de milho ao longo de 2016, em função de fortes exportações e uma quebra da safra de inverno.

Nesta situação, segundo o Sindirações, o alojamento de pintinhos e leitões manteve-se aquecido até a metade do ano, mas teve quebra brusca na segunda metade do ano, quando as empresas sentiram as margens apertadas pelo alto valor do grão e a dificuldade de aquisição.

Para os próximos meses, a previsão é de oferta mais equilibrada no país, com uma safra de inverno maior, uma perspectiva de forte plantio no período de inverno e exportações restritas, além de baixa cotação internacional.

Sem projetar valores, o Sindirações prevê que o primeiro trimestre de 2017 terá cotações do milho abaixo dos patamares dos três primeiros meses de 2016, embora ainda em patamares historicamente elevados.

“Nesse cenário, vamos ter milho para atender consumo e exportações”, disse o vice-presidente-executivo da entidade, Ariovaldo Zani, em encontro com jornalistas.

No Brasil, o consumo de rações está concentrado no segmento de aves (57 por cento do total) e suínos (23 por cento). Fatias menores da produção são destinadas ao confinamento de gado e à pecuária leiteira, além de outros animais, como cães, gatos, cavalos e peixes.

FATOR DE INCERTEZA

Para 2017, o principal fator de incerteza para o setor é o câmbio, que influencia os preços do milho e do farelo de soja, outra matéria-prima importante.

“Se tiver uma desvalorização rápida na nossa moeda, nosso preço pode subir. A probabilidade de isso acontecer é menor, mas pode acontecer. Câmbio é algo para se ficar atento”, disse Zani.

Segundo ele, o início da presidência de Donald Trump nos Estados Unidos pode provocar aumento de investimentos, crescimento da inflação e alta nos juros, o que atrairia recursos para os EUA, desvalorizando moedas ao redor do planeta.

“A tensão política no Brasil também pode levar a uma desvalorização do real”, complementou o executivo.

Fonte: Reuters

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

Comentar

Boletim no Rádio

Boletim no Rádio