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Pragas olímpicas

De acordo com estudo, o trânsito de milhares de estrangeiros por conta dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro eleva o índice de ameaça fitossanitária no país

Os milhares de estrangeiros que desembarcam, desde o mês passado, no Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos podem significar uma ameaça ao agronegócio brasileiro. Além de roupas, calçados e utensílios pessoais, esses viajantes correm o risco de trazer na bagagem, de forma involuntária, centenas de ameaças fitossanitárias as lavouras nacionais.

De acordo com o estudo “Olimpíadas das Pragas – Levantamento de pragas quarentenárias associadas a frutos, grãos e solos”, desenvolvido pela consultoria Oxya Agro e Biociências, ao abrir as portas aos estrangeiros por conta do maior evento esportivo do mundo, o Brasil se expõe a centenas de eventuais pragas exóticas. Na definição técnica, praga quarentenária é todo organismo de natureza animal e/ou vegetal, que estando presente em outros países ou regiões, mesmo sob controle permanente, constitui ameaça à economia agrícola do país.

“A maior parte das pragas que hoje causa perdas expressivas no Brasil veio de outras partes do mundo (Bicudo-do-algodoeiro, ferrugem-asiática-da-soja, helicoverpa, Ceratitis capitata e mosca-branca). Poucos indivíduos entram, passam por um processo de adaptação que pode demorar anos ou décadas e, ao encontrar situações favoráveis, como plantas hospedeiras e clima, a população, em algum momento, estoura”, explica Regina Sugayama, pesquisadora, diretora da Oxya Agro e Biociências e coordenadora do estudo.

Eventos de grande porte do passado comprovam o risco fitossanitário elevado que o Brasil está correndo. Na China, em 2008, mais de 50 espécies exóticas foram encontradas após o término dos Jogos Olímpicos. Em 2014, após a Copa do Mundo, seis novas pragas foram detectadas por aqui.

Para minimizar o risco da entrada destas espécies exóticas, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) reforçou as barreiras sanitárias em aeroportos, portos, rodovias e fronteiras. A principal ação dos fiscais agropecuários ocorre nos terminais dos aeroportos, principal porta de entrada dos atletas e turistas.

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