A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, fez um apelo ontem em reunião com empresários e representantes do Paraná contra o que chamou de “politização” e “judicialização” em torno das licitações de novos arrendamentos no porto de Paranaguá.
Um boletim informativo da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), usou foto da ministra com a seguinte pergunta: “Afinal, o que Brasília tem contra o Paraná?”. Gleisi é pré-candidata do PT ao governo do Estado.
Ela também foi alvo de críticas do PSDB. Ademar Traiano, deputado estadual pelo PSDB e líder do governo Beto Richa na Assembleia Legislativa, divulgou nota sobre o assunto:
“Gleisi quer destruir Paranaguá”
O Paraná nunca teve tantos ministros em cargos importantes no governo federal. Em lugar de uma boa notícia, essa situação virou um problema Como se fosse uma piada de humor negro, nunca o Estado passou por tantos problemas na sua relação com Brasília.
Os ministros paranaenses (Gilberto Carvalho, Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann) são petistas obcecados com o poder custe o que custar. Não se importam de prejudicar o Paraná com suas ações e causam danos ao Estado sem perder um minuto de sono.
A última investida contra o Paraná é de Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, que está com a ideia fixa de destruir o Porto de Paranaguá e entregá-lo a grandes multinacionais. A proposta, da Secretaria de Portos (SEP), bancada por Gleisi, formulada pela EBP (empresa com ligações nebulosas com o petismo) para o arrendamento de áreas no Porto de Paranaguá, é tão desastrosa que seus efeitos só podem ser comparados às catástrofes sofridas por países que convivem com tsunamis ou terremotos de grande magnitude.
Se o projeto de Gleisi Hoffmann for adiante – o Paraná pretende questioná-lo na Justiça – vários projetos e investimentos importantes ficariam em risco ou seriam simplesmente fulminados. As cooperativas e os produtores rurais seriam varridos do Porto com graves consequências para o agronegócio.
Para se ter uma dimensão do desastre, basta citar um balanço produzido pelo jornal O Estado de São Paulo, sobre algumas consequências do projeto de Gleisi para Paranaguá. A concessionária de ferrovias ALL, deve suspender estudos de ampliação de sua malha ferroviária. A fabricante de papéis Klabin vai exportar seus produtos pelos portos de Santa Catarina e a Associação de Produtores de Bioenergia (Alcopar) interromperá um plano de negócios conjunto de R$ 165 milhões no porto, além de um poliduto de R$ 1 bilhão, em processo de licenciamento ambiental. Um grupo de cooperativas, formado por Agrária, Castrolanda e Cotriguaçu, vai reavaliar a decisão de disputar as licitações no local. O projeto de Gleisi gera insegurança jurídica porque mexe no marco legal do Porto. A proposta terá um efeito destrutivo para as cooperativas que atuam em Paranaguá, que não terão condições de concorrer com as grandes operadoras como a ADM, Bunge, Cargill, Dreyfus.
As que persistirem em Paranaguá, se tornarão reféns dessas grandes empresas no porto. As cooperativas não têm como concorrer com essas gigantes. As tarifas portuárias deverão ter um reajuste brutal de 300% impondo prejuízo insuportável para os 515 mil produtores rurais do Paraná.
Mas a sanha dos petistas contra o Paraná e seu governo não dá tréguas. Se o Paraná conseguir reverter na Justiça a imposição desse projeto desastroso de arrendamento e conseguir que sejam usados os projetos elaborados pela APPA em parceria com as cooperativas, logo virá outro ataque. Quando uma iniciativa para prejudicar o Estado fracassa, imediatamente é iniciada outra.
A lista de reclamações do Paraná com relação ao governo federal em geral e com os ministros paranaenses em particular é grande e tem motivações sólidas Basta dizer que o Estado é o 5º que mais contribui com receitas para a União, mas está em 23º lugar quando se trata de receber recursos e repasses federais.
O governo federal segura empréstimos que poderiam estimular ainda mais nosso desenvolvimento e avança sobre receitas paranaenses. Só neste ano a mão grande do governo federal vai embolsar, indevidamente, mais de R$ 1,5 bilhão em recursos do Estado.
Ainda assim o Paraná cresce e se descola desse universo medíocre, de baixo investimento, de crescimento pífio, que caracteriza a administração Dilma Rousseff Um governo que já tem encomendado para 2014, segundo previsão do FMI, o mais baixo PIB dos Brics. O Paraná vai em sentido contrário. De agosto de 2012 a agosto de 2013, crescimento industrial do Paraná foi de 12,3%. O Brasil, neste mesmo período, teve um crescimento negativo de 1,2%.
É uma demonstração eloquente que, mesmo com todas as perseguições e avanços em receitas estaduais pela União, a economia paranaense dá crescentes sinais de vitalidade e demonstrações de que está no caminho certo. O Brasil, com o PT, com seus PIBs ridículos, ministros incompetentes e mal-intencionados, perdeu o rumo.
Brasília 247
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