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Política Nacional de iLPF deve impulsionar adoção da tecnologia

A presidente Dilma Roussef sancionou, no dia 30 de abril de 2013, a lei que institui a Política Nacional de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Os objetivos da legislação incluem: melhorar de forma sustentável a produtividade, a qualidade dos produtos e a renda das atividades agropecuárias, por meio da aplicação de sistemas integrados de exploração de lavoura, pecuária e floresta em áreas já desmatadas, como alternativa aos monocultivos tradicionais; mitigar o desmatamento e contribuir para a manutenção das áreas de preservação permanente e reserva legal; além de fomentar novos modelos de uso da terra, conjugando a sustentabilidade do agronegócio com a preservação ambiental.

A ILPF, de acordo com a proposta, estabelece novas atribuições para o poder público. Entre elas estão: definir planos de ação regional e nacional para a expansão e o aperfeiçoamento dos sistemas de iLPF, com a participação das comunidades locais e estimular a adoção da certificação dos produtos pecuários agrícolas e florestais oriundos de sistemas integrados.

"Essa lei será um importante instrumento para apoiar políticas públicas para a ampliação da adoção da iLPF em todo o território brasileiro", afirma o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados e presidente do Conselho Técnico da Rede de Fomento em ILPF, Luiz Carlos Balbino.

Rede ILPF

A instituição da Política Nacional é um impulso à Rede de Fomento da integração Lavoura-Pecuária-Floresta — Rede de Fomento ILPF, uma iniciativa coordenada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Cocamar, John Deere e Syngenta.

A Rede ILPF, formalizada, em 2012, em cerimônia realizada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em Brasília (DF), visa fortalecer a adoção de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta em todas as regiões do Brasil. Com um investimento de R$ 7,5 milhões ao longo de cinco anos para a transferência da tecnologia junto aos produtores.

Segundo o presidente da John Deere no Brasil, Paulo Herrmann, a demanda mundial por alimentos tente a crescer e a produção deve garantir a oferta, mas com a preservação dos recursos naturais. "O programa ILPF é uma estratégia de produção sustentável, mas existe um vazio entre a pesquisa e a utilização efetiva no campo. Nesse sentido foi proposto o trabalho conjunto para acelerar a difusão desse conhecimento."

O presidente do Conselho Técnico da Rede, destaca que a ILPF, que foi desenvolvida por toda rede de pesquisa agropecuária brasileira, pode ser utilizada em pequenas, médias e grandes propriedades. A estratégia, segundo ele, para difundir a tecnologia é a criação de Unidades de Referência Tecnológica em todas as regiões. "A Transferência de Tecnologia se dará em todos os biomas brasileiros. Temos unidades de referência no Cerrado, Pampa, Mata Atlântica, Amazônia e até a Caatinga."

Benefícios

A tecnologia reúne em uma única propriedade a produção de grãos, carne ou leite, além de produtos madeireiros e não madeireiros ao longo de todo ano. O resultado dessa combinação é o aumento da renda do produtor rural, redução na pressão por desmatamento de novas áreas com florestas nativas e a diminuição das emissões de gases de efeito estufa (GEE).

A possibilidade de triplicar a produção de alimentos, fibras e energia sem a necessidade de utilizar áreas de florestas nativas é destacada por Luiz Carlos Balbino. "Essa expansão se dará em áreas de pastagens em degradação, ou seja, já antropizadas, e, sem derrubar uma única árvore. Com esse sistema, o produtor pode, ainda, atender à legislação ambiental, realizando a adequação da área com a constituição, por exemplo, da Reserva Legal e da Área de Preservação Permanente sem comprometer a rentabilidade do negócio", acrescenta.

Os produtores podem contar também com melhorias econômicas e sociais, como incremento da produção anual de alimentos a menor custo; aumento na produção de fibras, biocombustíveis e biomassa; maior inserção social pela geração de emprego e renda no campo; aumento da oferta de alimentos seguros; estímulo à qualificação profissional; dinamização de vários setores da economia, principalmente em nível regional, entre outros.

Para obter resultados ainda melhores, a ILPF pode estar combinada também a outras tecnologias como o Sistema de Plantio Direto, fixação biológica de nitrogênio, recuperação de pastagens degradadas, o uso de cultivares melhoradas e boas práticas agropecuárias.

A tecnologia faz parte dos compromissos que foram ratificados pela Política Nacional sobre Mudanças do Clima e, consolidados com a elaboração do Programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC). Segundo os especialistas, a ILPF possui grande potencial de sequestro de carbono pelos elevados acúmulos de biomassa forrageira e florestal e acúmulo de matéria orgânica no solo, o que reduz a emissão de GEE na atmosfera.

O sistema tem sido adotado em todo o Brasil, com maior representatividade nas regiões Centro-Oeste e Sul. Atualmente, aproximadamente 1,6 a 2 milhões de hectares utilizam os diferentes formatos da estratégia ILPF. A meta do Programa ABC é de que a ILPF possa ser adotada em quatro milhões de hectares até 2020.

FONTE

Embrapa
Secretaria de Comunicação
Marcos Esteves – Jornalista
Telefone: (61) 3448-1931
E-mail: marcos.esteves@embrapa.br

Embrapa Cerrados
Liliane Castelões – Jornalista
Telefone: (61) 3388-9953

DETI

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