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Plano Safra deve chegar com juros mais baixos e seguro ampliado

O anúncio do pacote está previsto para ocorrer na próxima quarta-feira (4), em Brasília

As principais entidades representativas do agronegócio do Paraná esperam crédito com juros mais baixos e uma ampliação dos recursos destinados ao seguro a produtores rurais no Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2016/2017. As duas medidas são vistas pelas organizações como uma forma de incentivar a agropecuária e atenuar os efeitos da crise econômica do país. O anúncio do pacote, também conhecido como Plano Safra, está previsto para ocorrer na próxima quarta-feira (4), em Brasília.

Para Pedro Loyola, economista da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), o oferecimento de linhas de crédito melhorou nos últimos cinco anos. Mas o problema é que o volume tem sido insuficiente e isso torna o país menos competitivo em relação a grandes concorrentes, como os Estados Unidos. “Apesar de termos uma situação adversa no Brasil, o setor que tem sustentado a economia é a agropecuária. E pode contribuir muito mais se ele tiver condições melhores de competitividade”, projeta.

Loyola pondera ainda que com o crédito é necessário que haja uma cobertura de seguro suficiente para os produtores. Esse aspecto, segundo ele, é mais delicado pois o seguro é definido no orçamento anual do governo, feito sempre no ano anterior. Para este ano, por exemplo, ocorreu um corte de R$ 741 milhões para R$ 400 milhões – o que cobre cerca de 8% da área agrícola do país. “Há algum direcionamento para que isso seja previsto na política de plurianual, mas não sabemos como irá acontecer”, explica.

O gerente técnico econômico da Ocepar, Flávio Turra, endossa que os principais aspectos do projeto conjunto do Paraná para o Plano Safra são a diminuição dos juros e um seguro efetivo aos produtores. Ele também cita a necessidade de ampliar o volume de empréstimos a juros controlados (mais baixos). “O lado bom de o plano ser divulgado no dia 4 de maio [costuma ser lançado em junho], é que isso dá mais tempo para o produtor possa se preparar. Em relação a anos anteriores, veio em um momento mais oportuno”, diz.

Francisco Carlos Simioni, diretor do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), considera que o lançamento do Plano Safra pode representar uma possibilidade de o governo demonstrar a importância que o setor agropecuário tem para o país. “O Governo Federal tem que estar sensível ao único setor que está de pé, que está contribuindo de forma positiva na economia do país. Está havendo um encolhimento de forma generalizada e o setor agropecuário tem contribuído de maneira diferenciada. No Paraná, especificamente, os índices de emprego no setor agropecuário tem mantido o nível de emprego [geral estável]”, exemplifica.

Gustavo Ribas Neto, presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa, tem uma perspectiva pouco otimista quanto ao lançamento do Plano Safra. “O que eu vejo é que o governo anda com dificuldades de gestão, dificuldades financeiras. Para os agricultores, os juros vêm aumentando, nossos subsídios para nossos seguros o governo não paga, diz que tem subvenção, mas não pagou o do ano passado e a seguradora não faz seguros novos. Temos uma série de fatos que não são o cenário mais adequado”, avalia.

Fonte: Gazeta do Povo

Carlos Filho

Jornalista do Sistema FAEP/SENAR-PR. Desde 2010 trabalha na cobertura do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial). Atualmente integra a equipe de Comunicação do Sistema FAEP/SENAR-PR na produção da revista Boletim Informativo, programas de rádio, vídeos, atualização das redes sociais e demais demandas do setor.

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