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Período de plantio começa com tempo seco no Paraná

Previsão é de que safra de verão no Estado enfrente chuvas mal distribuídas e veranicos ao longo do ciclo, segundo meteorologista

A safra de verão 2017/18 começou com dias secos no Paraná, como uma amostra daquilo que deve ser a tendência dos próximos meses. Assim como em julho e agosto, as previsões até o momento apontam para chuvas irregulares e veranicos com dias quentes e sem precipitação. Chuva significativa mesmo só a partir do dia 23 de setembro. A previsão é do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Em Maringá, no Noroeste do Paraná, por exemplo, o último dia com chuva foi 20 de agosto, quando caíram 26 milímetros. De lá até o dia 14 de setembro não houve mais uma gota sequer na estação meteorológica. Situação muito parecida com a da estação de Castro, nos Campos Gerais, que também registrou no dia 20 de agosto a última chuva, de 48 milímetros. E a situação se repete em praticamente todos os municípios paranaenses.

O meteorologista Luiz Renato Lazinski, do Inmet, revela que o motivo para tantos dias secos no Estado é um bloqueio atmosférico. O fenômeno impede que frentes frias avancem, o que possibilitaria a formação de linhas de chuva. “Nos próximos dias o tempo continua com sol e muito calor, com máximas perto de 40ºC nos municípios próximos ao vale dos rios Paraná e Paranapanema”, revela.

Rumo à La Niña

A tendência do clima na temporada 2017/18, segundo Lazinski, é de uma situação de neutralidade com um caminhar gradativo para o registro de La Niña (resfriamento acima da média das águas do Oceano Pacífico) a partir da segunda metade de novembro. Com esse cenário, o volume de chuva costuma ser menor na Região Sul do Brasil, incluindo o Paraná. “O agricultor que não espere
um clima tão bom quanto foi o dos últimos três ou quatro anos. Vamos ter chuvas irregulares e possivelmente períodos com veranicos ao longo do ciclo”, avisa.

O presidente da Comissão de Grãos da FAEP, Ivo Arnt Filho, alerta que um atraso no plantio da soja agora pode comprometer os planos dos produtores que se programaram para apostar em uma segunda safra de milho. “Ainda é cedo para fazer qualquer previsão sobre o andamento da safra, está muito no início, mas estamos atentos, sim, ao aspecto clima, que nesse início apresenta condições de alerta pela falta de chuva”, diz. Arnt Filho aponta que quanto mais tarde ocorrer o plantio, maiores são os riscos para a disseminação da ferrugem asiática, principal doença que ataca a cultura da soja. “O produtor deve ficar atento e ter um cuidado redobrado quanto ao controle adequado para garantir uma fitossanidade adequada da cultura”, orienta.

Carlos Filho

Jornalista do Sistema FAEP/SENAR-PR. Desde 2010 trabalha na cobertura do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial). Atualmente integra a equipe de Comunicação do Sistema FAEP na produção da revista Boletim Informativo, programas de rádio, vídeos, atualização das redes sociais e demais demandas do setor.

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