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WhatsApp alavanca negócios na pecuária

Aplicativo é usado como ferramenta de negociação e muda o jeito de comprar e vender animais

O agropecuarista Erik Jan Petter, de Castro, nos Campos Gerais, é um descendente de holandeses que deixa para lá a fama de “quieto” do povo europeu, pois não deixa uma conversa sem assunto. Em meia hora, tempo gasto em sua caminhonete entre o centro do município e uma das propriedades na qual cria bovinos, ele consegue resumir com detalhes uma trajetória recheada de pioneirismo e inovação.

Foi, por exemplo, um dos primeiros a criar bovinos da raça Senepol no Brasil, ainda nos anos 2000, além de um desbravador de variedades de pastagens com ciclos variados para a comercialização de sementes (segmento que hoje responde por 20% dos seus negócios).

Ele foi pioneiro também a fazer algo que foi se tornando cada vez mais comum com o passar dos anos. Desde a popularização do WhatsApp no Brasil (ou “zap zap”, como alguns se referem), a partir de 2009, ele usa constantemente a ferramenta para fechar vendas. “Hoje, em torno de 70% dos negócios são inteiramente conduzidos no aplicativo, mas eu diria que praticamente 100% têm pelo menos uma das fases nele, como o envio de fotos, vídeos, avaliações e outros materiais relacionados à vida dos animais”, revela. “Tenho muitos clientes que eu nunca tive contato presencialmente, apenas pela internet”, completa.

Erik tem 500 matrizes, com foco na venda de genética Senepol para melhoramento em propriedades de todo o Brasil. Já chegou a vender até para o Acre, mas hoje se concentra no Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste. O pecuarista trabalha com o sistema de integração lavoura-pecuária em talhões alternados dos 3,5 mil hectares nos quais cultiva soja, milho, feijão, trigo, pastagens, entre outros. O produtor também tem cerca de 800 hectares de pinus e eucalipto.

No negócio com bovinos, consegue vender 50 touros por ano, com valores que vão de R$ 7 mil a R$ 12 mil cada. “O WhatsApp facilita em tudo, pois hoje o pecuarista é antenado, mas tem muito menos tempo do que antigamente para ir olhar presencialmente um animal. O que importa nesse ramo de negócios é a fidelização e a confiança”, sintetiza.

Leia mais sobre essa nova forma de fazer negócio na pecuária aqui.

Carlos Filho

Jornalista do Sistema FAEP/SENAR-PR. Desde 2010 trabalha na cobertura do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial). Atualmente integra a equipe de Comunicação do Sistema FAEP na produção da revista Boletim Informativo, programas de rádio, vídeos, atualização das redes sociais e demais demandas do setor.

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