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Pecuária sob vigilância permanente

Investimento sanitário nos criadouros de aves, suínos e bovinos é cinco vezes maior que o dos programas públicos, estima o setor privado

A meta sanitária atual do Paraná na pecuária é obter o reconhecimento internacional de área livre da peste suína clássica. Mas produtores e órgãos de saúde animal mantêm batalha contra outras doenças que ameaçam permanentemente os rebanhos do estado.

Pelo menos oito ameaças de alto impacto exigem programas específicos de controle e monitoramento constante dos setores público e privado. No caso das zoonoses, o cuidado preserva também a saúde humana. Três dessas doenças nunca atingiram a pecuária.

O esquema tático da Agên­­cia de Defesa Agro­pecuária do Paraná (Adapar) envolve orçamento anual de R$ 100 milhões e 766 técnicos e veterinários. Outros 225 servidores municipais são “emprestados” à agência. O contingente deve ser ampliado com a efetivação de 200 novos funcionários nos próximos meses.

O novos agentes terão de receber treinamento para a vigilância. “Não se contrata um veterinário hoje para ele virar fiscal amanhã. Eles ingressam em estágio probatório e passam por três anos de provas, capacitações e avaliações”, diz o diretor da Adapar, Inácio Kroetz.

Não há estatística sobre os investimentos dos produtores. Só para vacinar as 9,4 milhões de cabeças de gado do estado contra aftosa, gasta-se R$ 40 milhões por ano (doses e mão de obra). “Nosso investimento é cinco vezes maior que o público. É vacina, assistência técnica, veterinário…”, afirma diretor-executivo do Fundo de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Fundepec), Ronei Volpi.

O fundo de oito anos tem R$ 52 milhões. Indenizou pecuaristas que tiveram animais sacrificados por causa de doenças em R$ 2,6 milhões, a maioria após a crise de 2005.

Para evitar algumas doenças, o acesso aos animais é supervisionado e o rigor pode parecer até neurótico para leigos. Estrangeiros são praticamente proibidos. Caso a visitação seja permitida, requer higienização especial, porque os agentes infecciosos podem ser transportados por roupas, objetos e pelas próprias pessoas.

Crise da aftosa de 2005 adia suspensão do uso de vacinas por uma década

Na última vez que surgiu no Paraná, em 2005, a aftosa provocou perdas estimadas em R$ 1,2 bilhão nas exportações do estado, estima o Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Paraná (Sindicarnes). Foram R$ 5 milhões por dia no auge da crise.

Os impactos dos bloqueios comerciais ainda não forma totalmente superados. Só na semana passada a Rússia voltou a liberar a importação de miúdos do Paraná.

Apesar de estar livre da doença desde 2006, o estado faz imunização dos plantéis duas vezes ao ano. A próxima campanha de vacinação será em novembro. A meta do estado é se tornar área livre da aftosa sem vacinação a partir de 2015. Um quadro que lembra a época que precedeu a crise de 2005.

Sem casos efetivos, doença da vaca louca já provocou duas levas de embargos

A presença do agente causador do mal da vaca louca em um animal de 13 anos, morto em Sertanopólis (Norte do Paraná) em 2010, resultou em uma série de bloqueios à carne paranaense no mercado internacional dois anos atrás. Nova dúvida sobre a existência da doença no Brasil ocorreu neste ano, em Mato Grosso, reerguendo barreiras sanitárias.

Desde 2010, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e o Ministério da Agricultura (Mapa) sacrificaram 2.239 ruminantes por causa da ingestão de proteína animal — ingrediente proibido na ração como forma de prevenção à encefalopatia espongiforme bovina, como a doença da vaca louca é denominada. O auge dos casos foi em 2012 (917). Neste ano, houve 127 ocorrências.

Fonte: Gazeta do Povo – 12/08/2014

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