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No Paraná, custos de produção deverão ser mais elevados e fertilizantes já estão 30% mais caros

Veja entrevista da economista da FAEP Tânia Moreira

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Custo de Produção: No Paraná, atual safra de inverno e próxima de verão já terão valores mais altos, principalmente nos produtos que são lastreados em dólar. Fertilizantes já apresentam aumento de 30%. Oportunidades melhores para compras de insumos podem vir entre julho e agosto, diz economista da Faep.

De acordo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) os insumos no sul do país tiveram um acréscimo de 30% neste ano. Esse aumento foi consequência da alta no câmbio nos três primeiros meses do ano, o que encareceu os produtos atrelados ao dólar.

Contudo, Tânia Moreira, economista da Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), afirma que os custos variáveis, como “mão de obra, juros de financiamento, óleo diesel e agrotóxicos, também registraram alta”. No caso da mão de obra esse aumento foi de 10% a 12% no estado, e a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), já estima que o custo variável total deve ficar em torno dos R$ 37,40/saca.
Diante desse cenário, a preocupação é que o preço pago aos produtores não consiga cobrir essa elevação significativa nos custos de produção. Atualmente o preço mínimo do trigo tipo I pão, por exemplo, é de R$ 33,45 por saca de 60 kg, no entanto, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu declarou na ultima semana que esse valor sofrerá um reajuste de 4,5%, passando a valer R$ 34,80/saca, porém mesmo que essa medida seja oficializada nos próximos dias, o valor ficará abaixo do custo variável estimado pela Conab.

Além disso, o setor aguarda o anúncio do plano safra 2015/16 no próximo dia 19 de maio, para conhecer quais serão as novas condições do crédito agrícola. A estimativa é que os juros tenham alta de 3%, chegando a 9,5% conta os 6,5% do plano safra 2014/15, afirma a economista.
“É um motivo de desestimulo para o produtor. Hoje temos 12% da área plantada e uma estimativa da Secretária de Agricultura de redução de 2% na área cultivada. E nesta conta entra também que houve um atraso na colheita da soja, onde os produtores da área nordeste e norte tiveram que substituir a cultura do milho por trigo, então um dos fatores para a área não tem caído mais ainda foi essa substituição em função do atraso na colheita de soja”, explica Moreira.

Para Moreira, durante o período de junho a agosto o produtor deve ficar atendo as políticas de ajuste fiscal, o cenário político do Brasil, bem como o aumento da taxa de juros dos Estados Unidos, pois são fatores que influenciarão diretamente a variação do câmbio, e qualquer oportunidade com “dólar abaixo dos R$ 3,00 deve ser considerado”, afirma.

Por: Carla Mendes e Larissa Albuquerque

Fonte: Notícias Agrícolas

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