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Paraná cobra do governo federal oficialização da sobretaxa de importação do leite

Aumento do imposto seria uma compensação ao fim da taxa antidumping cobrada do leite importado da UE e da Nova Zelândia

O fim da taxa antidumping sobre a importação do leite em pó da União Europeia (14,8%) e da Nova Zelândia (3,9%) levou os secretários da Agricultura dos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul a Brasília. Eles se reuniram com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para discutir o tema, cercado de incertezas. Durante o encontro, vão cobrar uma posição do governo federal sobre a promessa de aplicação de uma sobretaxa de importação que, na prática, compensaria o fim da barreira protetiva.

Atualmente, a taxa de importação para produtos europeus é de 28%. Após uma sinalização do governo federal nesse sentido, o que se espera é que esse número passe para 42,8%. Na prática, seria basicamente transferir os 14,8% da extinta taxa antidumping para a taxa de importação, mantendo os custos para a compra do produto europeu no mesmo patamar. A promessa era de que a medida seria publicada na última quinta-feira (14), o que não ocorreu. Questionado pela reportagem, o Ministério da Agricultura respondeu na tarde desta terça-feira (19) que não havia novidade sobre o tema.

Segundo o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), Norberto Ortigara, um impacto negativo no mercado de leite brasileiro, neste momento, em que muitos produtores precisarão se adaptar às novas exigências de qualidade do Mapa, pode travar o plano de crescimento do estado. O leite é o quarto produto gerador de renda rural no Paraná, perdendo apenas para a soja, frango e milho.

A preocupação é corroborada pelo técnico da Faep/Senar-PR, Alexandre Lobo Blanco. Para ele, o fim da taxa antidumping pode trazer efeitos irreversíveis. “Os produtores e pequenas indústrias tendem a sofrer com aumento das importações de leite e derivados a preços fortemente subsidiados da União Europeia, podendo chegar ao fim das operações de laticínios e das propriedades rurais”, opinou. “Vale destacar que a margem líquida (lucro real) das operações de produção de leite e beneficiamento primário são enxutas, fazendo com que o produtor e a indústria não consigam se manter em atividade por muito tempo em prejuízo”, complementou.

Veja a matéria completa no site da Gazeta do Povo.

Felippe Aníbal

Jornalista profissional desde 2005, atuando com maior ênfase em reportagem para as mais diversas mídias. Desde 2018, integra a equipe de comunicação do Sistema FAEP, onde contribui com a produção do Boletim Informativo, peças de rádio, vídeo e o produtos para redes sociais, entre outros.

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