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País é o nono em depósito de patentes de fertilizantes com uso de nanotecnologia

O Brasil é o nono entre os dez países com maior número de depósitos de patentes em produtos desenvolvidos à base de nanotecnologia aplicada a fertilizantes. É o que mostra um estudo realizado por analistas e pesquisadores da Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP).

Foram encontrados 369 documentos de patentes relacionados ao tema. Na liderança está a China, com 139 documentos, seguida pelos EUA, com 118. O Brasil tem cinco documentos e empata com a Austrália na nona colocação. Os documentos depositados pelo Brasil podem ter sido obtidos também por empresas estrangeiras que atuam no país.

As tecnologias recuperadas do monitoramento realizado são diversificadas, mas envolvem sobretudo o encapsulamento nanoestruturado ou compostos contendo nanomateriais – que provocam a liberação lenta ou controlada de fertilizante.

A pesquisa levou em conta uma base de patente mundial ("Derwent Innovations Index") e uma base de artigos científicos, a "Web of Science". É a primeira vez que a Embrapa realiza um estudo como esse, segundo Sandra Protter Gouvêa, analista de propriedade intelectual da Embrapa Instrumentação e supervisora do setor de Gestão da Prospecção e Avaliação de Tecnologias. "É um monitoramento tecnológico para tomada de decisões estratégicas em pesquisa e desenvolvimento e transferência de tecnologia", afirma.

O uso da nanotecnologia na área de fertilizantes é uma das principais demandas do Laboratório Nacional de Nanotecnologia aplicada ao Agronegócio, que fica na Embrapa Instrumentação. "As plantas continuarão a usar os mesmos nutrientes", afirma Caue Ribeiro, pesquisador da Embrapa Instrumentação.

Segundo ele, várias empresas procuram a instituição em busca de parcerias para a pesquisa, mas até agora nada foi fechado oficialmente. A Embrapa busca parceiros para a realização de testes industriais nas pesquisas que estão sendo finalizadas.

A rede de nanotecnologia da Embrapa foi criada em 2006, mas as pesquisas relacionadas aos adubos começaram há cerca de cinco anos. Porém, nenhum produto teve a transferência de tecnologia, independentemente das patentes. Por isso, o pesquisador "desconfia" de alguns produtos que dizem ter esta tecnologia. "Há muitas empresas colocando no mercado micronutriente supostamente com nanopartículas, mas não temos certeza do que são, não estudamos esses produtos".

Depois de concluída a pesquisa, é preciso que a tecnologia seja colocada em parâmetros comerciais. Um exemplo é um nanocomposto que tem a parceria do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) nos testes de estrutura. O objetivo é verificar se vai acontecer com o nanocomposto a evaporação de óxido nitroso (comum em fertilizantes nitrogenados) com efeito significativo para a formação dos gases de efeito estufa.

Valor Online – São Paulo/SP

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