Os constantes problemas no fornecimento de energia elétrica que atingem principalmente a avicultura de seis regiões produtoras do estado, foram relatados e encaminhados, em ofício, pelo presidente da FAEP, Ágide Meneguette, ao presidente da Copel, Lindolfo Zimmer, no último dia 30 de abril.
A FAEP e os produtores aguardam as providencias que a concessionária de energia adotará, conforme entendimentos ocorridos no final de março passado.
No dia 28 daquele mês, durante reunião da Comissão Técnica de Avicultura da FAEP, o Superintendente Comercial da Distribuição da Copel, Hemerson Luiz Barbosa Pedroso e sua equipe, ouviram o depoimento sobre as dificuldades que os produtores rurais vêm tendo com o fornecimento da energia elétrica nos últimos anos. Ocorrem prejuízos frequentes pela perda não só de plantéis de aves, mas de peixes destinados às indústrias integradoras, na produção leiteira e secagem de produtos.
Na ocasião, ficou acordado com a equipe da Concessionária de energia essa formalização das dificuldades enfrentadas. Em levantamento realizado junto aos produtores, foram detectados os seguintes quadros na seis regiões paranaenses:
Região de Chopinzinho
– Falta de energia com quedas frequentes, com tempo de retorno com variações de até mais de doze horas;
– Falta de mais profissionais da COPEL, local e regional, para regularizar os problemas e redes danificadas, visto que a região é extensa;
– Há muitas árvores nativas e plantações de eucalipto próximas às redes, sendo preciso ser retiradas para não ocasionarem problemas nas redes, quando há ocorrência de fortes ventos e chuvas;
– Priorizar, para as granjas de aves, o retorno da religação quando ocorrerem quedas de energia na região;
– Preferencialmente o desligamento da rede pela COPEL para manutenções deveriam ocorrer no período da manhã, devido à temperatura ser mais amena, não prejudicando demais os plantéis de aves.
Região de Medianeira
– A energia não está chegando com a carga necessária para atender a demanda de consumo. Exemplo desta situação ocorre onde a energia precisa ter a tensão de 380 volts nos horários de pico, está chegando com 320 volts (medição apurada por aparelhos), gerando sobrecarga e, consequentemente, desarmando chaves ou queimando aparelhos dos aviários;
– Atendimento do nível 0800 da Copel não funciona fora do horário comercial, sendo quase impossível falar com atendente para comunicar uma falta de energia elétrica. É necessário que o serviço seja disponibilidade por 24 horas.
– O prazo regulamentar para restabelecimento da energia é de duas horas, no entanto, a empresa terceirizada que presta este serviço na região de Medianeira, não está cumprindo este prazo, fazendo várias viagens desnecessárias até o local com problemas. Eventualmente ocorre a visita de até três equipes diferentes para resolver o mesmo problema – às vezes a simples ligação de uma fase, atrasando a religação da energia;
– A CERME – Cooperativa Mista de Fornecimento de Energia solicitou à COPEL providências necessárias para a regularização da distribuição da energia elétrica rural em Serranópolis do Iguaçu. Sistematicamente, em dias de temperatura elevada, cai o nível de distribuição de energia em baixa tensão, prejudicando o funcionamento de equipamentos de aviários, poços artesianos, resfriadores de leite, motores elétricos e demais equipamentos em propriedades rurais.
Região dos Campos Gerais
– Houve problemas de queda de energia praticamente diários no mês de fevereiro e inicio de março deste ano, no município de Carambeí, distrito de Catanduvas, comprometendo o desenvolvimento dos plantéis e morte de aves.
Região de Dois Vizinhos
– Há falta energia, sempre que ameaça chover, na grande maioria das linhas de distribuição, que, em suas margens, possuem reflorestamento com eucaliptos, e com menos frequência mata nativa;
– As linhas de transmissão estão no limite da capacidade havendo frequente sobrecarga;
– Tensão tem muita variação no padrão, provocando alto índice de queima de lâmpadas, danificação de motores e vários tipos de equipamentos rurais e domiciliares;
– Os desligamentos programados devem ocorrer em horários pela manhã, porque no período da tarde a ausência de energia nos aviários se torna crítica, principalmente pela temperatura ambiente inadequada ao desenvolvimento das aves;
– Há demora no restabelecimento da energia, quando ocorrem quedas no fornecimento;
– Quando é solicitado um aumento de carga para atender uma expansão da atividade ou modernização de equipamentos da atividade, há excessiva demora na liberação, pela exagerada burocracia e custo elevado.
Região de Palotina
– Há uma grave situação nas redes de fornecimento de energia nas áreas rurais da região, devido ao aumento do consumo com a implantação de novos e maiores aviários, tanques de peixes com moderna tecnologia, ampliação de pocilgas para suinocultura, aumento na atividade de produção de leite. Além disso, tem ocorrido a ampliação de áreas com irrigação, implantação de silos para grãos e as linhas de transmissão foram instaladas a cerca de quarenta anos.
Região de Astorga
– Existe falta de pessoal para atender as demandas de falta de energia e há constantes reclamações sobre equipamentos obsoletos, que podem ser o motivo das frequentes quedas de energia.
– Os produtores sugeriram que a COPEL procure fazer as programações de desligamento – para manutenção das redes – juntamente com as agroindústrias integradoras. Com isso seriam harmonizados os desligamentos com o período de vazio sanitário nas granjas, período em que não há animais nos aviários.
Nos relatos à Comissão Técnica de Avicultura da FAEP há ainda queixas sobre o excesso de burocracia para o pagamento da indenização pela perda de equipamentos, em razão de problemas técnicos do abastecimento de energia.
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