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Orgânicos no radar da Monsanto

Empresa estuda certificar sementes de hortaliças para atender o crescente segmento de agricultores dos EUA voltados a esta forma de produção, que dispensa o uso de adubos químicos e agrotóxicos

A maior empresa de biotecnologia do mundo está de olho nos mercado de orgânicos. A Monsanto estuda certificar sementes de hortaliças para atender o crescente segmento de agricultores dos EUA voltados a esta forma de produção, que dispensa o uso de adubos químicos e agrotóxicos.

“Estamos avaliando o mercado para realizar uma produção experimental no segundo semestre”, disse ao Valor Kenneth Avery, vice-presidente global para Vegetais da Monsanto, em recente visita a São Paulo. A intenção é buscar, neste momento, a certificação de apenas algumas variedades, como tomate e pimentão, para testar o mercado.

A Monsanto estreou no segmento de hortaliças há 11 anos, com a compra da empresa americana Seminis. Desde então, montou uma política ambiciosa de aquisições para ganhar mercado, ultrapassando players tradicionais como Syngenta, Bayer e a Sakata. Como no negócio de grãos, a empresa de St. Louis ostenta hoje posição de maior produtora e comercializadora de sementes de hortaliças.

Circulam no mercado mundial sementes de 25 espécies de hortaliças produzidas pela companhia, distribuídas em mais de 150 países. A divisão faturou US$ 816 milhões em 2015, com taxa de expansão de 12% ao ano. No Brasil, a área representa 4% da divisão global.

Apesar da falta de certificação, as sementes da Monsanto já são vendidas para produtores orgânicos dos EUA onde, como em outros países (Brasil incluído), a regulamentação de orgânicos dá preferência à compra de sementes certificadas – na ausência delas, o produtor pode optar pela equivalente convencional. “Pode parecer antagônico, mas já somos o maior fornecedor de sementes orgânicas nos Estados Unidos”, já dizia, há dois anos, o mexicano Jesus Madrazo, vice-presidente global de assuntos corporativos da empresa.

A intenção da multinacional parece ser aproveitar a tendência de alta no consumo americano de orgânicos – um cliente considerado fiel, mesmo tem tempos de crise – e partir para a certificação. Isso permitiria à Monsanto cobrar mais pelas sementes. Dados do mercado americano mostram que as vendas de alimentos orgânicos superaram a casa de US$ 1 bilhão no primeiro trimestre deste ano.

Fonte; Valor Econômico

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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