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O Projeto Benin

As deficiências da armazenagem no agronegócio paranaense

A pedido da FAEP, o Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial – Esalq-LOG, ligado ao Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Esalq/USP, elaborou o “Projeto Bernin”. Aquela instituição tem por hábito intitular seus grandes projetos com a o nome de países, como já havia acontecido anteriormente, também a pedido da FAEP, com o “Projeto Jamaica”. Este analisou  as tarifas ferroviárias e rodoviárias do Estado, enquanto o “Benin” fez a avaliação das “Ineficiências Logísticas no Agronegócio Paranaense”. O trabalho, desenvolvido no campo por seus especialistas no final de 2012 e início do ano passado, compreendeu todas as regiões produtoras do Paraná e produziu três relatórios sobre os principais setores da logística do agronegócio: armazenagem, transporte e o Porto de Paranaguá.  Ou seja, desde a porteira das propriedades até o embarque nos navios graneleiros. A soja foi o produto utilizado como padrão das análises.

Pela sua amplitude e detalhamento, a íntegra do Projeto está disponível no site da FAEP (www.sistemafaep.org.br) já há mais de dois meses. Nesta e nas próximas edições deste Boletim Informativo serão publicados resumos de cada setor logístico. A começar pela armazenagem.

A armazenagem

Existe um custo logístico importante Na armazenagem da soja, que acaba não compondo a formação do preço do produto, mas afeta negativamente a receita do obtida pelo produtor. A taxa de armazenagem é cobrada em relação ao período que o produto fica armazenado. No Paraná, a taxa de armazenagem não é cobrada, na maioria das empresas, de forma monetária, e sim na forma de retenção de uma porcentagem do volume armazenado, e essa quantidade retida varia em função dos descontos de umidade.

Para a medição do custo de armazenagem é necessário conhecer a porcentagem de impurezas, a porcentagem de umidade do produto entregue, bem como a porcentagem equivalente na tabela de umidade.

Escolha da amostragem

A definição da amostragem foi feita de modo não aleatório por julgamento, ou seja, foi escolhido um grupo de armazéns que representasse os diferentes tipos e que pudesse mostrar as diferenças entre eles. Assim, o Paraná foi dividido de acordo com suas dez mesorregiões: Norte Pioneiro, Norte Central, Noroeste, Centro-Oriental, Centro-Ocidental, Metropolitana de Curitiba, Oeste, Sudeste, Sul e Sudoeste.

Após a definição das dez regiões, foram escolhidas as cidades com maior capacidade de produção e armazenagem dentro de cada região, a fim de otimizar as viagens, visitando um maior número de armazéns. Para as viagens, também foram considerados o tamanho e o tipo de propriedade do armazém a ser visitado, ou seja, se o proprietário dele é uma cooperativa, é um cerealista, é o Governo Federal ou Estadual ou se é o próprio fazendeiro.

Um fato importante no custo da armazenagem  é que o cálculo  possui uma dependência direta com o preço do produto. Ou seja, tal fator logístico também apresenta relações com o preço da soja no mercado internacional, e com a cotação do dólar. Dessa forma, cenários em que os preços do produto e do dólar se encontram em alta, convergem também para um maior custo de armazenagem. Porém, geralmente esse aumento de custo é compensado pelo incremento superior na receita obtida pelo exportador.

O custo de armazenagem, para todos os fluxos analisados, teve um impacto de 6,38% no preço do produto. Com base nisso, conclui-se que a armazenagem tem um impacto menor, por exemplo,  do que o transporte da mercadoria, na maioria dos fluxos analisados.

A armazenagem é fundamental para a manutenção da competitividade agrícola brasileira e está diretamente ligada à localização das instalações, ao acordo com as fontes de matérias-primas, ao mercado e das vias de acesso (ferroviário, rodoviário, portos, etc.), que determina a quantidade de centros de armazenagem e distribuição e tem influência decisiva no escoamento e comercialização das safras.

A matéria completa você confere aqui

Acesse aqui para ver o estudo completo.

 

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