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O potencial da cadeia de reciclagem animal

Em 2014, dados mais recentes, foram processadas 1.483.473 de toneladas de sebo de mamíferos no Brasil

Tão tradicionais quanto os armazéns de secos e molhados, as graxarias estão presentes em praticamente todas as regiões do Estado. São aqueles estabelecimentos que recebem e processam os subprodutos de açougues, peixarias, frigoríficos de bovinos, aves e suínos, como carcaças de animais, penas, ossos, gordura e sangue. Através de um processo que pode causar certo desconforto aos estômagos mais sensíveis, esses subprodutos são transformados em gorduras, como o sebo, e, em farinhas de diversos tipos (de carnes, ossos, sangue, penas, fígado e pulmão), que tem finalidades diversificadas nas indústrias de rações, produtos de beleza, adubos e até biocombustíveis.

No caso do biodiesel, por exemplo, no Brasil o sebo bovino já é a segunda principal matéria-prima, atrás somente do óleo de soja. Nesse cenário, esses tipos de coprodutos acabam ganhando importância econômica na cadeia de produção animal, chegando a ser considerados por especialistas como a “salvação da lavoura” dos frigoríficos. O zootecnista Felipe Reis, da Scot Consultoria, observa que, neste ano, a margem das indústrias de carne que não fazem desossa chegou próximo de zero de faturamento. “Se não aproveitassem (esses coprodutos) estariam no vermelho”.

De acordo com o II Diagnóstico da Reciclagem Animal Brasileira, produzido pela Associação Brasileira de Reciclagem Animal (Abra), a produção de sebo corresponde a 76,1% do total de gorduras animais. O óleo de vísceras vem em segundo lugar, com 23,3% e o óleo de peixe com 0,5%. Em 2014, dados mais recentes, foram processadas 1.483.473 de toneladas de sebo de mamíferos no Brasil.

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