Sistema FAEP

O joio e o trigo

Há mercado para a cultura mais cultivada no mundo, mas falta estímulo

O cultivo de trigo praticamente chegou à reta final em todo o Paraná, maior produtor nacional, com uma produção prevista de 3,4 milhões de toneladas, 4% maior em relação à última safra. Apesar do aumento da produção, a área destinada à cultura sofreu uma redução de 16% na temporada 2016, segundo levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab), divulgado dia 5 de julho.

Ao longo dos últimos três anos, a tradicional cultura de inverno vem perdendo espaço para o milho safrinha na maioria das regiões do Estado. Um dos principais desestímulos a produção é a falta de uma política de incentivo ao seu plantio. “O trigo só não perdeu área na região Sul do Estado, onde os produtores não possuem outra opção de cultura”, afirma o engenheiro-agrônomo Carlos Hugo Godinho, do Deral.

É o caso do produtor rural Cícero Passos de Lacerda, de Guarapuava. Há seis anos ele investe no cultivo do cereal, mas para a próxima safra reduziu a área de 600 para 150 hectares “Hoje a falta de uma política e o alto preço do seguro são os grandes gargalos na hora de plantar trigo”, lamenta. Cícero terminou de semear a cultura no dia 17 de junho e só plantou porque fez o seguro rural contra a geada, outro grande problema para os triticultores. Atualmente 3% das lavouras de trigo estão em fase de floração, ou seja, as geadas ou a estiagem podem comprometer o desenvolvimento das plantações.

Apesar de todos os gargalos, há demanda para o trigo, já que a produção interna é menor do que mercado nacional consome, segundo dados do “Panorama de mercado das principais atividades da agropecuária paranaense”, levantamento desenvolvido por técnicos do Sistema FAEP/SENAR-PR. Na safra de 2014/15 o Brasil produziu 5,53 milhões de toneladas, volume insuficiente para atender a necessidade interna de 10,36 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O excesso de oferta mundial refletiu na Bolsa de Chicago, com preços registrados em 2015, em média, 24% menores em comparação aos últimos cinco anos. De acordo com o panorama, as importações do ano comercial 2015/16 até abril deste ano atingiram o total de 3,9 milhões de toneladas. O trigo argentino liderou as importações, com a participação de 62% do volume.

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André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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