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Nova fronteira para o etanol nos EUA

A indústria americana de etanol busca uma elevação no percentual de mistura do produto na gasolina vendida nos EUA, na maior esperança do segmento para evitar o dilema cada vez mais próximo da política federal de biocombustíveis do país.

O combustível “E85”, feito com 85% de etanol e com uma proporção relativamente pequena de gasolina está finalmente se tornando competitivo em relação à gasolina convencional em algumas regiões americanas, dizem analistas. O aumento das vendas desse combustível, ainda, pouco utilizado, poderá revitalizar a estagnada produção das refinarias controladas por empresas como ADM, Koch Industries, Louis Dreyfus Commodities e Poet.

Mas a elevação dos volumes dependerá da alta dos preços dos créditos de biocombustíveis autorizados pelo governo. O aumento, reclamam refinarias de petróleo, lhes custará centenas de milhões de dólares. As perspectivas do E85 estão melhorando, num momento em que o governo Obama prepara seus planos para a mistura de biocombustíveis para 2014. O Departamento de Proteção Ambiental do país disse que reduzirá as metas a partir dos níveis regulamentares se o consumo ficar aquém do esperado.

“O aumento das vendas do E85 é uma das maneiras fáceis pelas quais se pode derrubar a barreira da mistura”, diz Tom Buis, da Growth Energy, que representa empresas de etanol dos EUA. Na situação atual, a maior parte do setor energético se recusa a produzir gasolina acabada com mais de 10% de etanol. Diversos fatores estão por trás das perspectivas mais favoráveis do E85.

A projeção de que os EUA colherão uma safra recorde de milho fez as cotações do etanol de milho no atacado para 2014 caírem para cerca de US$ 1,63 o galão (US$ 0,43 o litro), segundo o serviço de informações sobre preços de combustíveis GasBuddy. Os preços de atacado das substâncias misturadas à gasolina, por seu lado, ficaram em torno de US$ 2,50 o galão (US$ 0,66 o litro).

Outro incentivo é a volatilidade do mercado de créditos de biocombustível conhecidos como Renewable Identification Numbers (Rins). O setor de biocombustíveis diz que o preço desses créditos, que está 1.800% superior ao de um ano atrás, é decisivo para que as produtoras possam adotar misturas maiores de etanol. Os “rins” de etanol custavam, de modo geral, cerca de US$ 0,56 por galão (US$ 0,15 por litro) na semana passada.

As misturadoras de combustível recebem um “rin” para cada galão (3,785 litros) de etanol que misturam, e têm liberdade de vendê-los no mercado livre. Isso possibilita que as misturadoras dotadas de uma rede de varejo transformem o grande volume de dinheiro obtido com as vendas dos “rins” em um desconto maior sobre o E85 na bomba.

“A alta do preço do rin implica que essa poupança será passada para o consumidor”, diz Buis. O E85, porém, enfrenta obstáculos. Apenas cerca de 3 mil postos de gasolina vendem o E85 e apenas veículos flex, que somam entre 8 milhões e 14 milhões, dependendo da fonte dos dados, podem consumi-lo. O E85, além disso, contém cerca de 25% menos energia por galão do que a gasolina comum, o que obriga os motoristas a abastecer com mais frequência.

Mas a Divisão de Informações sobre Energia do Departamento de Energia dos EUA escreveu na semana passada que, no Meio-Oeste do país, as quedas recentes tornaram os preços do E85 quase iguais aos da gasolina comum, em termos da energia gerada. Tony Bartys, diretor operacional da CST Brands, afirma que apenas 40% dos mais de mil pontos de venda da rede de gasolina e lojas de conveniência nos EUA vendem o E85, mas que a empresa está aumentando o número de bombas de E85 em novos pontos de venda.

A empresa de Bartys foi recentemente desmembrada da refinaria Valero Energy, a maior produtora de gasolina dos EUA e também uma das grandes produtoras de etanol do país. A Valero diz que os “rins” lhe custarão de US$ 600 milhões a US$ 800 milhões este ano e pediu à Casa Branca que abra mão da meta de utilização de biocombustíveis do país. O setor petrolífero crê que os altos preços dos “rins” levarão à alta dos preços da gasolina, uma vez que as refinarias repassam o custo para o consumidor. (Tradução de Rachel Warszawski)

Valor Online

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