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Cafeicultura em xeque no Paraná

Os números do Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura do Paraná (Deral/Seab) apontam que o custo de produção da saca de café no Estado é de R$ 383, enquanto a comercialização – quando analisado um produto de qualidade – gira em torno de R$ 270.

A situação, recorrente nos últimos anos, está fazendo a cultura sucumbir gradativamente em território paranaense. Este cenário complicado foi um dos pontos discutidos na reunião realizada ontem pela Comissão Técnica de Cafeicultura da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), composta por produtores das principais regiões produtoras do Paraná, no Centro de Treinamento Agropecuária (CTA) da cidade de Ibiporã.

Cerca de 40 cafeicultores participaram do encontro, que debateu temas como o futuro do mercado de café no Brasil, comercialização e liberação de recursos do Funcafé, propostas para capacitação de produtores, seguro rural, entre outros. Além da Faep, a programação foi composta pela equipe da Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Acenpp), Comissão Nacional de Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR).

As reuniões para discutir a cadeia acontecem de quatro a cinco vezes por ano. De acordo com o presidente da Comissão Técnica de Cafeicultura da Faep, Walter Ferreira de Lima, o grande problema da cultura neste momento é o "desgoverno". "O governo precisa regular o mercado. A política executada não está nos beneficiando e as especulações estão jogando os preços novamente lá embaixo. É preciso uma intervenção para transformar esta situação", salientou ele.

Um levantamento citado por Lima demonstra que a cultura perdeu muito espaço no Paraná nos últimos anos: em 2000 eram 163 mil hectares, contra apenas 82,5 mil hectares em 2012, queda de praticamente 50%. O Brasil continua sendo o principal produtor mundial, enquanto o Paraná é apenas o quinto no ranking brasileiro.

"Ainda somos maiores que muitos países, mas nossa cadeia está perdendo representatividade, já que a produção está caindo. Um dos nossos principais problemas é o custo da mão de obra e como os cafeicultores de pequeno e médio porte são a grande maioria acabam sendo o elo mais fraco da cadeia".

Lima relembrou ainda que nos últimos 12 anos, apenas entre 2010 e 2011 houve um incremento nos preços. Em consequência os produtores voltaram a investir na cultura, mas logo em seguida os valores despencaram novamente, deixando-os endividados. Para ele, a situação está insustentável e precisa ser resolvida com urgência, com políticas governamentais eficientes. "É preciso renegociar dívidas, liberar crédito, além claro, de normatizar e regulamentar o mercado. Sem essas ações, fica impossível revertermos o que está acontecendo", decretou.

Por fim, o presidente da Comissão lembrou que o assunto "seguro rural" também foi debatido, já que algumas intempéries ainda não são cobertas na cultura, como problemas de seca ou excesso de chuvas.

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Victor Lopes
Folha de Londrina

DETI

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