O 3º Mundial do Queijo do Brasil se encerrou, na primeira quinzena de abril, com números que impressionam. Realizado em São Paulo, o concurso teve mais de 1,8 mil produtos lácteos inscritos e 598 premiados com medalhas de bronze, prata, ouro ou super ouro. Os concorrentes foram avaliados por 300 jurados. O sucesso da iniciativa teve participação do Sistema FAEP/SENAR-PR, que “exportou” um sistema digital pioneiro, que possibilita a avaliação em tempo real – o que agilizou o julgamento de todo esse volume de inscritos. O software havia sido desenvolvido pela entidade e utilizado, pela primeira vez, no Prêmio Queijos do Paraná.
Para viabilizar o uso do dispositivo no Mundial, uma equipe do Sistema FAEP/SENAR-PR, composta por seis profissionais, participou integralmente dos serviços de bastidores do concurso. Os técnicos instalaram o software em 300 tablets – um para cada jurado. Isso trouxe mais celeridade às avaliações e permitiu que o resultado fosse divulgado logo após o encerramento do julgamento.
O desempenho do sistema no Prêmio Queijos do Paraná foi excelente. Isso fez com que os organizadores do Mundial do Queijo se interessassem por utilizá-lo. Nós fizemos pequenas adaptações no software, em razão de particularidades do concurso internacional e o resultado foi muito bom. O nosso apoio no concurso realça o protagonismo que o Paraná tem tido no setor queijeiro.
Luciana Matsuguma, técnica do Departamento Técnico (Detec) do Sistema FAEP/SENAR-PR
Para Flávia Rogoski, diretora-geral da SerTãoBras (entidade que organiza o Mundial), o desafio do concurso foi o volume de inscritos e de jurados necessários para avaliar os queijos. Ela também destacou o crescimento do evento e os aprendizados acumulados na trajetória. Nesse sentido, Flávia apontou a confiabilidade do software desenvolvido pelo Sistema FAEP/SENAR-PR como um dos grandes acertos da edição.
“O sistema trouxe segurança. A quantidade de informação que conseguimos obter com o sistema digital fez com que as decisões a serem tomadas durante um concurso deste porte fossem eficazes e corretas”, destacou.
Jurada pela terceira vez no concurso internacional, a mestre queijeira Juliana Jensen de Souza celebrou a novidade. Ela contou que em outros concursos em que foi jurada – inclusive realizados na França –, os julgamentos eram feitos em planilhas de papel, gerando demora na contabilização dos pontos e na divulgação do resultado final. Para Juliana, o sistema desenvolvido pelo Sistema FAEP/SENAR-PR traz agilidade e confiabilidade ao processo.
“No Mundial do ano passado, já tinha um sistema eletrônico. Mas era um tablet por mesa. Então, os jurados tinham que fazer uma média das notas ou chegar em um consenso. Na França, era tudo no papel”, compara. “O sistema dessa edição foi automatizado. É cada jurado com seu tablet, colocando as notas na hora, transformando em um processo mais rápido e seguro, porque todas as notas são auditáveis”, explicou.
Pequenos ajustes
Para ser adotado no Mundial, o software do Sistema FAEP/SENAR-PR precisou passar por algumas modificações, para permitir a participação de jurados estrangeiros. Uma das alterações diz respeito ao login, que antes era feito a partir do número do CPF, e que passou a usar o endereço de email dos julgadores. Além disso, os formulários eletrônicos de avaliação também passaram a ser disponibilizados em outros três idiomas: inglês, espanhol e francês.
Outra novidade criada pelo Prêmio Queijos do Paraná adotada pelo Mundial do Queijo foi o fato de cada produtor receber um feedback técnico, com base na avaliação dos jurados. Nesse retorno, os especialistas apontavam os fatores positivos de cada produto e os aspectos que poderiam ser melhorados. Com isso, além de condecorar os queijos, o concurso também contribuiu com avanço futuro do setor.
“O dispositivo é intuitivo. Estava em espanhol e foi ótimo”, disse a jurada e mestre queijeira Yudi Pulido, da Colômbia. “Como produtora de queijos, gostei de ter recebido um feedback dos jurados sobre meu produto”, acrescentou.
Paraná teve 55 medalhistas
Cinquenta e cinco queijos ou derivados lácteos produzidos no Paraná foram condecorados no 3º Mundial do Queijo. Desses, 12 ganharam medalha super ouro, 14 levaram medalha de ouro, 14 ficaram com a de prata e 15, com a de bronze. No total, 181 produtos paranaenses participaram do concurso.
Os queijeiros Leomar Mello Martins e Marisa Martins faturaram três medalhas: ouro, prata e bronze. Eles também haviam sido condecorados no Prêmio Queijos do Paraná. “Além de sermos concorrentes, fomos jurados em uma categoria em que não estávamos participando. Também fomos palestrantes em uma mesa-redonda. O mundo dos queijos é muito dinâmico e em eventos desse porte a gente aprende muito”, disse Martins. “Com as medalhas, nossa responsabilidade só aumenta. Precisamos continuar trabalhando para chegar à excelência, mas estamos no caminho certo”, celebrou.
Solange Liller, da Tia Nena Queijaria, também tinha sido medalhista no Prêmio Queijos do Paraná. Agora, no Mundial, faturou duas medalhas: ouro e bronze. Segundo a produtora, a participação em concursos tem dado um retorno positivo ao negócio, já que torna os produtos mais conhecidos.
“As medalhas agregam valor aos queijos. Nossos produtos ganham visibilidade, ficam mais conhecidos e têm reconhecimento nacional. Com isso, conseguimos vender melhor os nossos produtos”, declarou Solange.
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