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Minor crops registram avanços no Brasil

Desde 2014, legislação permite o uso extrapolado de agroquímicos registrados para culturas semelhantes, possibilitando o controle de pragas e doenças

Uma medida de 2014 tornou-se divisor de águas na normatização dos produtos para uso nas minor crops, também conhecidas como Culturas de Suporte Fitossanitário Insuficiente (CSFI), aquelas que não contam com produtos agroquímicos registrados para o seu manejo. A Instrução Normativa Conjunta (INC) 01/2014 sistematizou o processo para a extrapolação e uso de agroquímicos para o manejo destas culturas. Esta medida trouxe avanço significativo na legislação, criando um cenário de maior legalidade e segurança para produção rural.

Esse foi o principal ganho para o setor, segundo especialistas de diferentes setores ligados à produção agrícola que participaram de uma sessão técnica com o tema Minor crops, durante o 5º Congresso Brasileiro de Fitossanidade (Conbraf), no dia 8 de agosto, em Curitiba. Na ocasião, um público formado por profissionais e estudantes da área da agronomia assistiu a diversas exposições sobre este tema, que evoluiu de sobremaneira no Brasil nos últimos cinco anos.

“A INC1/2014 trouxe uma facilidade para as empresas [de agroquímicos] registrarem seus produtos. Com uma maior disponibilidade de produtos registrados, o profissional de campo pode trabalhar de forma mais clara e mais aberta, com menor risco de recomendar algum produto que não esteja legalizado”, observa o engenheiro agrônomo Hugo Vidal, conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-PR). “Antes havia risco, tanto para o técnico que recomendou, quanto para o agricultor que utilizou. Hoje esse cenário é muito mais favorável”, avalia.

Em linhas gerais, a normativa de 2014 permitiu que muitos produtos agroquímicos registrados tivessem seu uso extrapolado para outras culturas semelhantes, possibilitando controlar pragas, doenças e plantas daninhas.

Antes, o trabalho dos engenheiros agrônomos enfrentava dificuldades, pois existiam poucas opções de produtos adequados para prescrever e, consequentemente, os produtores ficavam alijados de importantes ferramentas para o manejo de pragas e doenças.

Para a engenheira agrônoma do Departamento Técnico Econômico (DTE) da FAEP Elisangeles Souza, a segurança dos agroquímicos registrados advém da chancela que estes produtos recebem do Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa), que avalia a eficiência agronômica; do Instituto Nacional de Meio Ambiente e Recursos Naturais renováveis (Ibama), que analisa os riscos ao meio ambiente, e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que realiza a análise toxicológica e mede os riscos para os seres humanos. “Quando você tem produtos legalizados, você confere maior segurança para o produtor, meio ambiente e consumidor ”, diz.

Participação da FAEP

Desde que a INC1/2014 passou a vigorar, já foram estabelecidos, segundo a Anvisa, mais de 2 mil Limites Máximos de Resíduos (LMR); mais de 100 culturas beneficiadas e cerca de 161 marcas comerciais registradas. “São conquistas que têm reflexo direto no campo”, aponta Elisangeles.

Há anos, a FAEP participa ativamente das discussões. A entidade criou uma metodologia para sistematizar e agrupar as demandas de minor crops que é modelo para todo Brasil, resultando na criação do Grupo Minor Crops Brasil. Essa estratégia, segundo a gerente de assuntos regulatórios do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), Andreza Martinez, é bastante positiva, uma vez que aproxima as empresas fabricantes das demandas do campo. “Na verdade, a gente depende desta demanda. É um motivador”, avalia.

Leia a matéria completa no Boletim Informativo.

Felippe Aníbal

Jornalista profissional desde 2005, atuando com maior ênfase em reportagem para as mais diversas mídias. Desde 2018, integra a equipe de comunicação do Sistema FAEP, onde contribui com a produção do Boletim Informativo, peças de rádio, vídeo e o produtos para redes sociais, entre outros.

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