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Minibovinos

Para quem tem pouco espaço disponível na propriedade rural, mas deseja criar bois e vacas, há uma alternativa que pode tornar-se boa fonte de renda. Trata-se da versão em miniatura dos animais, cujos exemplares têm altura de até 1 metro e peso abaixo de 200 quilos, resultado do cruzamento e melhoramento genético da raça uruguaia miniudi com as europeias anãs. Embora pequenos, apresentam as mesmas características de seus pares em tamanho convencional, inclusive têm aptidão, força e robustez para executar trabalhos comuns às atividades no campo.

Enquanto os boizinhos são capazes de realizar serviços de tração de cargas leves, as minivacas têm potencial para produzir de 6 a 8 litros de leite por dia após a reprodução, além de gerar bezerros para comercialização. Com seis meses de vida, período em que são desmamados, os novilhos já podem ser vendidos para formar outras criações de minianimais, ornamentar fazendas, chácaras e sítios, entre outras finalidades.

Por serem compactos, os minibovinos também são usados como entretenimento em hotéis-fazenda e áreas de turismo rural. Em contato com os boizinhos, as crianças se divertem aprendendo a manejá-los. Ordenhar, conduzir e tratar do minigado são algumas das tarefas colocadas em prática.

Escolas e colônias de férias aproveitam os minibovinos para ensinar aos alunos e participantes noções de responsabilidade e de dedicação. Os pequenos animais ainda são importantes para o convívio com crianças doentes, distraindo-as de dores e angústias causadas pelas enfermidades.

Além da diversificada função que podem assumir, os minibovinos são fáceis de lidar. Gostam de pastar soltos, mas, se for o caso de serem mantidos em piquetes, não há necessidade de a área ser muito grande. Sem ocupar muito espaço, os abrigos para os animais devem ser disponibilizados sobretudo com divisão de baias e instalação de bebedouros e comedouros.

Para baratear os custos da criação, o aproveitamento de materiais em desuso no local é uma escolha econômica para erguer um curral adequado aos bovinos. Se houver na propriedade, uma estrutura ociosa adaptada também serve para acomodar o minirrebanho.

A alimentação demanda menos quantidade por cabeça, já que o gado é menor em tamanho. As refeições devem conter nutrientes e minerais básicos, como forragens e suplementos, para assegurar saúde e energia aos minibovinos. Também não se pode esquecer de medicamentos preventivos para evitar problemas na criação. Vermífugos devem ser aplicados, pelo menos, a cada três meses e vacinações necessárias podem ser orientadas por órgãos agrícolas da região.

MÃOS À OBRA

INÍCIO Garanta a formação do rebanho com bovinos de qualidade, livres de doenças e com bom aspecto. Adquira exemplares de produtores com referência e fornecedores de animais saudáveis, robustos e resistentes. Dê preferência para minibovinos de 80 centímetros a 1 metro de altura, sendo as fêmeas com pelagem preta, castanha e de duas ou mais cores (malhada) as que têm mais potencial de comércio. Um conjunto de um macho e dez minivacas permite obter rentabilidade com a criação.

AMBIENTE A rusticidade dos bovinos, também característica dos minis, facilita a adaptação dos animais a diferentes lugares e sob clima variado. Apesar de poderem dormir ao relento, recomenda-se um abrigo para acomodar os pequenos bois e vacas. A instalação também serve para protegê-los em dias de chuvas intensas e de sol escaldante.

ESTRUTURA Escolha um local ventilado e com luminosidade para instalar um curral. Use materiais disponíveis na propriedade para construir o abrigo, como tijolos e madeiras. Pocilgas ou outros lugares ociosos também podem ser aproveitados para alojar os minibovinos. Uma cocheira de 4 por 4 metros dá para manter dois bois. Aplique cimento ou mantenha o piso de terra batida e, nas paredes, utilize madeira. Apesar de mais cara, a alvenaria proporciona um acabamento melhor. Prefira cobrir o curral com telha de barro, material que não retém muito calor, como o amianto, outra opção para o telhado. Uma área de 300 metros quadrados forma o piquete. É importante ter atenção para não deixar pontas de pregos ou outros materiais pontiagudos desprotegidos e que podem ferir a criação.

CUIDADOS Sempre forneça alimentação de qualidade e água limpa e fresca para os minibovinos. Mantenha os animais saudáveis, com acompanhamento veterinário e em dia com o cronograma de vacinas, de acordo com a região onde o gado se encontra. O profissional também pode orientar sobre o uso de vermífugos, como as datas das aplicações e as trocas do medicamento, para evitar que a praga se torne resistente.

ALIMENTAÇÃO A fase de reprodução das minivacas inicia-se com dois anos de vida e, em criações com manejo correto e tratamento adequado, pode se estender até os 30 anos de idade. Para garantir a herança genética de miniatura aos descendentes, recomenda-se realizar o cruzamento com minitouros. São nove meses de gestação e seis meses de amamentação. Após dois meses, a fêmea já pode voltar a procriar. Exceto em casos raros, quando nascem de dois a três bezerros, o comum é ocorrer um parto anual com um filhote.
RAIO X

CRIAÇÃO MÍNIMA: 10 fêmeas para 1 macho
CUSTO: o preço das minivacas adultas varia de R$ 2.000 a R$ 3.000 e o de machos de R$ 1.500 a R$ 2.500
RETORNO: de 6 a 12 meses
REPRODUÇÃO: em geral, um parto anual com um bezerro

*ARIODANTE BENEDUZZI (Dantinho) é criador de minibovinos e proprietário do Haras Pôneis Dantinho; Rua Ariodante Beneduzzi, 105, Socorro (SP), CEP 13960-000, tel. (19) 3895-1685, poneisdantinho@poneisdantinho.com.br  
ONDE ADQUIRIR: minibovinos podem ser comprados de criadores instalados em várias partes do país
MAIS INFORMAÇÕES: órgãos agrícolas da região podem fornecer orientações sobre a atividade 

Fonte: Globo Rural
por João Mathias | Consultor Ariodante Beneduzzi*

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