Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho iniciaram a sessão desta segunda-feira (17) com ligeiras altas. As principais posições do cereal registravam valorizações entre 2,00 e 2,25 pontos, por volta das 8h21 (horário de Brasília). O contrato dezembro/16 operava a US$ 3,56 por bushel, enquanto o março/17 trabalhava a US$ 3,66 por bushel. O julho/17 era negociado a US$ 3,78 por bushel.
Assim como a soja, as cotações do cereal também permanecem sendo sustentadas pelos dados vindos do lado da demanda. O retorno dos fundos de investimentos à ponta compradora do mercado também tem sido um fator positivo aos preços, que fecharam a semana passada com valorização de até 4,27%.
Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta novo boletim de embarques semanais, importante indicador da demanda. Paralelamente, os investidores também aguardam as informações sobre o avanço da colheita no país. Na semana anterior, o órgão informou que, cerca de 35% da área plantada já havia sido colhida.
Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:
Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) subiram entre 3,65% e 4,27% ao longo dessa semana, conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. Nesta sexta-feira (14), as principais posições da commodity acumularam ganhos entre 4,00 e 4,75 pontos. O vencimento dezembro/16 era cotado a US$ 3,54 por bushel, enquanto o março/17 era negociado a US$ 3,63 por bushel. Já o maio/17 fechou o dia a US$ 3,70 por bushel.
Segundo explica o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, as cotações do cereal apresentaram uma movimentação técnica ao longo dos últimos dias. No início da semana, as cotações apresentaram ligeiras oscilações, uma vez que, os participantes do mercado aguardavam o boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), reportado na última quarta-feira (12).
Entre as principais mudanças, o órgão revisou para baixo a safra americana, assim como o esperado pelo mercado. A perspectiva é que os EUA colham uma produção próxima de 382,48 milhões de toneladas, contra as 383,38 milhões de toneladas previstas em setembro. Já a produtividade das lavouras ficou em 183,52 sacas por hectare. No mês passado, a projeção era de 184,57 sacas por hectare.
“Depois do reporte tivemos uma movimentação técnica, com os fundos realocando suas posições. Percebemos que com os preços abaixo de US$ 3,30 a US$ 3,40 por bushel não há vendedores no mercado. Então, a perspectiva é que as cotações operem no intervalo de US$ 3,50 a US$ 4,00 por bushel”, afirma Brandalizze.
O especialista ainda pondera que, a demanda tem sido um fator importante de suporte aos preços do cereal. “A demanda pelo produto americano tem peso. Temos acompanhado as informações de vendas e exportações no país que têm sido fortes”, completa. Ainda nesta sexta-feira, o USDA indicou as vendas semanais em 903,9 mil toneladas de milho na semana encerrada no dia 6 de outubro.
Do volume total, em torno de 873,9 mil toneladas são referentes à safra 2016/17 e o restante, de 30,5 mil toneladas, da temporada 2017/18. O número ficou dentro das apostas dos participantes do mercado, que estavam entre 800 mil a 1,3 milhão de toneladas.
Até o momento, a quantidade total comprometida de milho pelo país nesse ano comercial chega a 21.477,2 milhões de toneladas. Em torno de 85% acima do registrado no mesmo período do ano anterior, de 11.033,5 milhões de toneladas.
“Também temos uma retração das vendas nos Estados Unidos, tanto de milho quanto de soja. Os produtores americanos não estão vendendo, já que os preços atuais não cobrem os custos de produção, especialmente no caso do milho. Precisaríamos de valores próximos de US$ 4,00 por bushel. E a expectativa é que os agricultores voltem a negociar o produto entre janeiro e fevereiro do próximo ano”, diz o consultor de mercado.
Colheita nos EUA
A colheita americana ainda é um fator importante e que permanece no radar dos investidores. Até o início da semana, cerca de 35% da área plantada havia sido colhida, segundo dados divulgados pelo USDA. Os números serão atualizados na próxima segunda-feira (17), em seu novo reporte semanal de acompanhamento de safras.
De acordo com dados do NOAA – Serviço oficial de meteorologia do país – no período de 22 a 28 de outubro, as chuvas deverão ser de menor abrangência no Meio-Oeste americano. No mesmo intervalo, as temperaturas ainda deverão ficar acima da normalidade em grande parte da região.
Mercado brasileiro
Na BM&F Bovespa, as principais posições do milho encerraram a sessão desta sexta-feira (14) com leves altas. Os vencimentos do cereal exibiram valorizações entre 0,07% e 0,37% no encerramento do pregão. O contrato novembro/16 era cotado a R$ 43,25 a saca e o janeiro/17 a R$ 43,31 a saca. Apenas o setembro/17 caiu 0,42%, cotado a R$ 33,50 a saca.
Enquanto isso, no mercado interno, as cotações do cereal registraram mais uma semana com ligeiras oscilações. Ainda de acordo com balanço realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, em Sorriso (MT), o preço do milho subiu 5,66%, com a saca do grão a R$ 28,00. Na região de Campi Grande (MS), a alta ficou em 3,13%, com a saca do cereal a R$ 33,00, já no Oeste da Bahia, o ganho foi de 1,14%, com a saca a R$ 44,50.
Na contramão desse cenário, nas praças de Mato Grosso, Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, o recuo semanal foi de 1,82%, com a saca a R$ 27,00. No Porto de Paranaguá, a saca permaneceu estável em R$ 33,00.
“Temos alguns ajustes pontuais, mas de maneira geral, temos um mercado vazio de negócios, andando de lado. Não tem aparecido oferta do grão e os compradores de milho estão fora do mercado e ainda se abastecem com o produto vindo do Paraguai e da Argentina. E alguns ainda avaliam a compra do cereal vindo dos EUA”, reforça Brandalizze.
Nesse instante, os produtores ainda estão focados no plantio da soja e, consequentemente, na janela de cultivo do milho safrinha. A semeadura da safra de verão também tem a atenção dos agricultores nesse momento. No Paraná, por exemplo, cerca de 82% da área projetada para essa safra já foi plantada, segundo dados do Deral (Departamento de Economia Rural do estado).
Já no Rio Grande do Sul, a umidade recente favoreceu o andamento dos trabalhos nos campos. Com isso, conforme dados da Emater/RS, em torno de 65% da área já foi semeada com o grão no estado.
Fonte: Notícias Agrícola
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