Na manhã desta sexta-feira (7), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) exibem ligeiras altas. Por volta das 7h36 (horário de Brasília), as principais posições da commodity testavam leves ganhos entre 0,25 e 0,50 pontos. O contrato dezembro/16 era cotado a US$ 3,41 por bushel e o março/17 a US$ 3,50 por bushel. O julho/17 trabalhava a US$ 3,64 por bushel.
O mercado esboça uma tímida recuperação depois das perdas mais fortes registradas no dia anterior. Ainda nesta quinta-feira (6), os futuros da commodity perderam cerca de 7 pontos, pressionados pela perspectiva de evolução da colheita americana diante do clima mais seco registrado no Meio-Oeste dos Estados Unidos, segundo ponderam as agências internacionais.
Paralelamente, é consenso entre os participantes do mercado de que o reporte da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que indicou a safra brasileira entre 82 milhões a 83 milhões de toneladas na safra 2016/17 também ajudou a pesar na oferta global e, consequentemente, nas cotações. Do mesmo modo, a situação da Argentina também está sendo acompanhada de perto pelos investidores.
Isso porque, depois do governo do país reportar que o imposto de exportação da soja será reduzido gradativamente, a perspectiva é que os produtores invistam mais na cultura do milho. Por outro lado, a demanda está no radar do mercado, ainda ontem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicou as vendas para exportação do cereal acima de 2 milhões de toneladas na semana encerrada no dia 29 de setembro.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Milho fecha sessão desta 5ª feira com desvalorização de mais de 1% na BM&F após medida da CNTBio
A notícia de que a CNTBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) aprovou o uso de três variedades de milho transgênico dos Estados Unidos para a produção de ração no Brasil acabou pesando sobre os preços do cereal na BM&F Bovespa no pregão desta quinta-feira (6). As principais posições da commodity finalizaram o dia com perdas entre 0,52% e 1,31%. O vencimento novembro/16 era cotado a R$ 43,10 a saca e o março/17 a R$ 40,49 a saca.
Havia grande expectativa do setor, especialmente da agroindústria, para a aprovação da medida. “Ainda assim, as cotações futuras não recuaram tanto na bolsa brasileira, em meio ao cenário de oferta que permanece ajustado no Brasil. Temos nesse instante uma postura de cautela, pois ainda não sabemos o que poderá acontecer de agora em diante. Se as importações de milho dos EUA irão ganhar força e, principalmente quando esse produto chegará ao país”, ressalta a analista de mercado da INTL FCStone.
Já no mercado doméstico, as cotações apresentaram ligeiras altas nas principais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas. Em Campinas (SP), o preço subiu 6,23%, com a saca a R$ 42,60, já em Assis (SP), o ganho foi de 2,03%, com a saca a R$ 34,19. Em Campo Novo do Parecis e Tangará da Serra (MT), a valorização foi de 1,85%, com a saca a R$ 27,50.
No Paraná, nas praças de Londrina, Ubiratã e Cascavel, os ganhos ficaram 1,54%, com saca do cereal a R$ 33,00. Na região de Jataí (GO), o ganho foi de 1,45%, com a saca a R$ 35,00. No Oeste da Bahia, a alta foi de 1,12%, com a saca a R$ 45,00.
Em contrapartida, em Itapeva (SP), o recuo foi de 13,15%, com a saca a R$ 32,24 a saca. Em Sorriso (MT), a queda foi de 3,57%, com a saca a R$ 27,00. Na região de São Gabriel do Oeste (MS), a desvalorização foi de 1,52%, com a saca a R$ 32,50.
Dólar
A moeda norte-americana fechou o dia a R$ 3,2225 na venda, com queda de 0,10%. A movimentação é decorrente da expectativa do resultado do relatório do mercado de trabalho dos Estados Unidos. Além disso, há um ambiente doméstico mais favorável com a votação da PEC do teto dos gastos, informou a Reuters.
Bolsa de Chicago
Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta quinta-feira (6) com fortes quedas. As principais posições da commodity recuaram mais de 7 pontos, com desvalorização próxima de 2%. O contrato dezembro/16 finalizou o dia a US$ 3,40 por bushel, enquanto o março/17 era cotado a US$ 3,50 por bushel. O maio/17 terminou a sessão a US$ 3,57 por bushel.
Para a analista de mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi, as cotações exibiram uma movimentação técnica depois das recentes altas registradas. “Os preços subiram bastante nos últimos dias e agora passaram por uma correção técnica. Além disso, temos a pressão do progresso da colheita do cereal nos Estados Unidos”, afirma.
Até o início dessa semana, pouco mais de 24% da área plantada nesta temporada havia sido colhida, segundo informou o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Os números serão atualizados pelo órgão na próxima segunda-feira (10), em seu novo boletim de acompanhamento de safras.
“Os preços foram menores ao longo da sessão e terminaram a quinta-feira perto dos pontos mais baixos do dia diante das novas previsões climáticas indicando um tempo seco na próxima semana, o que deve acelerar a colheita”, disse o editor e analista do portal Farm Futures, Bob Burgdorfer.
De acordo com previsões do NOAA – Serviço Oficial de Meteorologia do país – no período de 12 a 19 de outubro, o clima deve permanecer mais seco no Meio-Oeste dos EUA. No mesmo período, as temperaturas ficarão acima da normalidade.
E, nem mesmo os números das vendas para exportação contribuíram para sustentar as cotações do cereal. Ainda hoje, o USDA reportou que, na semana encerrada no dia 29 de setembro, as vendas de milho somaram em 2.601,8 milhões de toneladas.
Desse total, cerca de 2.060,8 milhões de toneladas são referentes a safra 2016/17 e o restante, de 541 mil toneladas, da temporada 2017/18. O volume ficou bem acima das projeções dos participantes do mercado que estavam entre 1,1 milhão a 1,4 milhão de toneladas. No período, o México foi o maior comprador do produto americano, com a aquisição de 1.251,1 milhão de toneladas.
“Além disso, os participantes do mercado também acompanham as informações sobre a oferta entre outros países. Ainda nesta quinta-feira, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) projetou a safra 2016/17 de total milho do Brasil entre 82 milhões a 83 milhões. Na temporada passada, o número ficou em 66,69 milhões de toneladas. Tudo isso ajuda a pesar sobre a oferta global do cereal”, explica Ana Luiza.
Do mesmo modo, na Argentina, a informação sobre a baixa gradual das retenciones da soja poderá levar os produtores a plantarem mais milho, conforme acreditam os analistas. Com isso, a safra do país vizinho também poderá ser maior nesta temporada.
Fonte: Notícias Agrícolas
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