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Mercado paranaense está preparado para atender demanda russa

A expectativa para 2014 é que o Paraná envie para o exterior um volume 20% superior se comparado a 2013

Imagem 130A liberação da Rússia às exportações de carne suína de algumas plantas frigoríficas do Brasil, inclusive do Estado, deve aquecer os embarques paranaenses da proteína neste ano. Ao todo, a expectativa para 2014 é que o Paraná envie para o exterior um volume 20% superior se comparado a 2013, quando foram embarcadas 43,2 mil toneladas de carne suína, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

Só no primeiro semestre deste ano, o Estado exportou 23,92 mil toneladas da proteína, 4,6% superior ao mesmo período de 2013. Em receita, a arrecadação no período foi de US$ 64,2 milhões, 9,5% maior em relação ao primeiro semestre do ano passado. Edmar Gervásio, administrador do Deral, afirma que as agroindústrias do Paraná estão preparadas para atender esse aumento da demanda da Rússia. “Mas ainda estamos em um cenário de expectativa”, comenta o especialista.

A Rússia decidiu bloquear na semana passada a importação dos Estados Unidos, da União Europeia e da Austrália de carnes, frutas, legumes, leites e derivados e nozes como resposta às sanções econômicas impostas por esse grupo de países pela ação russa na Ucrânia. O Brasil já é um dos principais fornecedores de carne da Rússia e deve aumentar sua participação com a ampliação da concessão de certificados sanitários a frigoríficos nacionais, definida pelo governo russo. No caso da carne suína, quatro estabelecimentos agroindustriais do País já foram liberados.

Gervásio avalia que o ciclo do suíno não é muito longo (em torno de 280 dias) o que permitirá atender a demanda internacional. Ao todo existem no Estado 22 frigoríficos com Sistema de Inspeção Federal (SIF) que podem, se atenderem às normas sanitárias internacionais, também virem a exportar a proteína.

Questionado sobre um possível desequilíbrio que o aumento das exportações para a Rússia possa causar no mercado interno, Gervásio acredita que isso não deve acontecer porque o setor está bem estruturado. Diferente de 2012 quando o setor passou por uma forte crise de preços, nesses últimos dois anos o quilo do suíno vivo tem ficado acima dos custos de produção.

Em julho deste ano, por exemplo, o quilo do suíno vivo no Estado fechou a R$ 3,21, 8% a mais se comparado ao mesmo período do ano passado e 33% em relação a julho de 2012. O administrador do Deral avalia que os valores mais baixos das commodities agrícolas, como o milho e a soja, têm ajudado a manter o setor mais competitivo.

Estrutura
Péricles Salazar, presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), afirma que o Brasil tem toda a estrutura necessária para atender a um aumento na demanda pelas carnes brasileiras. “O setor frigorífico tem trabalhado com capacidade ociosa, por isso um aumento nas exportações não afetará o mercado interno”, sustenta o dirigente.

Salazar conta que o conflito entre a Rússia e a Europa permitiu que o Brasil entrasse no mercado russo. O importante, garante Salazar, é manter essa boa relação mercadológica com a Rússia mesmo com o fim dos embargos do país à Europa e aos Estados Unidos (o bloqueio entrou em vigor este mês e vale por um ano, ou até que as sanções sejam revistas). “Para o Brasil a abertura do mercado russo é muito importante”, completa o presidente da Abrafrigo.

 

Fonte: Folha de Londrina – 13/08/2014

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