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No maracujá, uma oportunidade de negócio

Produtor de Palmital investe no plantio do Passiflora incarnata, cujas folhas e ramos secos são destinados à indústria fitoterápica

O Paraná é o maior produtor de plantas medicinais, aromá- ticas e condimentares do país – o Estado responde por 90% da produção nacional. Somente em 2014, segundo dados mais recentes divulgados pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), o setor movimentou R$ 78 milhões com uma produção de 27,4 milhões de toneladas.

O potencial desse mercado despertou o interesse do fisioterapeuta Peterson Martins de Oliveira, de Palmital, na região Centro-Sul do Paraná. Há dois anos, ele investiu no plantio do maracujá Passiflora incarnata, cujas folhas e ramos secos são destinados à indústria fitoterápica. O novo negócio, que começou em um hectare, expandiu para uma área de quatro hectares. Segundo ele, na primeira colheita durante o ano passado, produziu 2,5 toneladas de folhas secas do maracujá que foram comercializadas a R$ 10,8 mil a tonelada. Na última safra, que terminou no início deste mês, Peterson colheu duas toneladas. “A cultura se mostrou viável e com alta rentabilidade”, avalia.

Toda a produção é destinada ao Grupo Centro-Flora Extrato Vegetal, sediado em Botucatu (SP). Através de um contrato, a empresa garante a compra de safras planejadas, assim como determina o sistema de cultivo e manejo das plantas nas propriedades. “A produção deve ser orgânica e, nas minhas plantações, por exemplo, utilizo o sistema de controle biológico no combate às pragas”, explica Peterson. De acordo com ele, o plantio é realizado através de mudas produzidas a partir de sementes durante as estações de primavera e verão. O primeiro corte (colheita) ocorre por volta de 90 dias após o plantio. “É uma planta que gosta de calor e não tolera a umidade, por isso a área deve ser drenada”, observa, acrescentando que a vaquinha é uma das principais pragas que ataca as plantações no início da brotação.

Secagem

Após a colheita, as folhas e ramos do maracujá Passiflora incarnata passam por um processo de secagem para serem desidratadas. Para isso, Peterson investiu R$ 50 mil na construção de um forno e uma estrutura para armazenagem. “O sistema de secagem é fundamental para reduzir o teor de água e evitar a deterioração da folha”, destaca. Esse processo dura em média de 20 a 24 horas, sob uma temperatura de 70 graus.

Custos de produção

Pelas contas do produtor, o custo para a implantação do primeiro hectare na sua propriedade foi de R$ 12 mil, com o plantio de 80 mil mudas do maracujá. Hoje, segundo ele, os custos de produção (mão de obra, mudas, entre outros) giram em torno de R$ 3,5 mil a R$ 4 mil por tonelada do produto seco, que são comercializadas a uma média de R$ 10,8 mil. “Comparando os custos de produção com a minha remuneração, a atividade está valendo a pena. A minha meta é produzir 20 toneladas/ ano nos próximos três anos”, comenta.

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Carlos Filho

Jornalista do Sistema FAEP/SENAR-PR. Desde 2010 trabalha na cobertura do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial). Atualmente integra a equipe de Comunicação do Sistema FAEP na produção da revista Boletim Informativo, programas de rádio, vídeos, atualização das redes sociais e demais demandas do setor.

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