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Mais sete frigoríficos do país estão aptos a vender à China

De acordo com o ministério da Agricultura, estimou que as sete unidades deverão gerar, cada uma, receita anual de US$ 18 milhões a US$ 20 milhões em vendas ao mercado chinês

Depois de meses de espera e entraves nas negociações, a China habilitou na última terça-feira (17)  mais sete frigoríficos brasileiros a exportarem carnes ao país asiático. De acordo com o Ministério da Agricultura, foram habilitadas duas unidades produtoras de carne de frango, duas de carne suína e três de carne bovina.

Em nota, o ministério estimou que as sete unidades deverão gerar, cada uma, receita anual de US$ 18 milhões a US$ 20 milhões em vendas ao mercado chinês. A Pasta destacou que o anúncio ocorreu após encontro entre a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, e Zhi Shueing, ministro da Administração de Qualidade, Supervisão, Inspeção e Quarentena da China.

A decisão de Pequim é especialmente positiva para a indústria de carne de frango por representar o efetivo aumento do potencial das exportações, já que as 27 unidades até então autorizadas a exportar à China estavam no limite das capacidades em itens como pés, muito demandados. Agora, com a habilitação das unidades da paranaense GTFoods e da goiana São Salvador, são 29 plantas autorizadas.

Conforme o presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, os dois frigoríficos de carne de frango autorizados ontem a exportar à China deverão obter, cada um, receitas anuais de US$ 25 milhões a partir de embarques de cerca de 10 mil toneladas ao país.

A China é o quarto maior país importador da carne de frango brasileira. De janeiro a outubro, suas compras somaram 253,5 mil toneladas, 34% mais que em igual período de 2014. Na mesma comparação, a receita subiu 17%, para US$ 504 milhões, segundo dados da Secex compilados pela ABPA.

Para Turra, a decisão da China de habilitar mais frigoríficos brasileiros representa a “superação” das dificuldades que o país vinha enfrentando após a detecção de dioxina (substância cancerígena) em níveis acima do permitido em carregamentos de carne de frango das empresas BRF e Frango Bello.

“O Brasil teve que cumprir uma longa e penosa rotina”, afirmou Turra. Segundo ele, antes do episódio envolvendo as duas empresas, os exames para detecção de dioxina eram por amostragem. Com os problemas, porém, os chineses passaram a exigir exames de todos os contêineres oriundos do Brasil. Mas, nos últimos dias, a China começou a flexibilizar essa regra. Turra está otimista com a possibilidade de novas habilitações. Segundo ele, há mais de 14 frigoríficos de carne de frango prontos para tal.

No segmento de carne bovina, três frigoríficos estão trabalhando em planos de ação para se adequarem às exigências dos chineses e também conseguirem a habilitação, disse Fernando Sampaio, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Exportadores de Carnes (Abiec). As três unidades que tiveram a habilitação oficializada ontem são de Marfrig, Mataboi e Frisa.

Fonte: Valor Econômico

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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