Sistema FAEP

Lavouras de soja atingem boa condição de desenvolvimento no PR

Situação é semelhante no milho. Apesar que áreas plantadas mais cedo, sem umidade suficiente no solo, apresentam problemas

Elaborado pelo Departamento Técnico Econômico (DTE) da FAEP

A estiagem prolongada em meados de setembro, que atrasou o início do plantio da soja, foi amenizada pelas chuvas nos últimos dias daquele mês. Até momento, as condições para a soja, segundo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab) são, em sua maioria, favoráveis. No entanto, já acende o alerta para as próximas semanas caso não cessem as chuvas, frente a impossibilidade de realizar os tratos culturais para controle de doenças, especialmente as fúngicas.

As lavouras estão em fase de frutificação (49%) e floração (37%). Apenas 13% da área plantada estão em desenvolvimento vegetativo e 1% em maturação. A condição das lavouras é predominantemente boa (88%), enquanto 12% estão em condições medianas. Nesse mesmo período em 2016, 90% das lavouras estavam em boas condições e 10% em medianas.

Quanto à sanidade, foram 116 ocorrências de ferrugem asiática no Brasil, sendo 61 focos no Paraná. A maior parte dos registros está na região Oeste do Estado, onde foram notificados os primeiros casos da doença, em 24 de novembro de 2017, 69 dias após a data de plantio. Em comparação com o mesmo período do ano passado houve redução de 22% no número de focos, de 78 para 61.

Milho

O plantio do milho verão foi concluído no Paraná no final da primeira quinzena de novembro, praticamente uma semana adiantado em relação ao ano anterior. A significativa redução de área plantada contribuiu para a maior agilidade. Algumas lavouras dos núcleos regionais de Francisco Beltrão e Ponta Grossa já entraram em fase de maturação, mas totalizam apenas 3% do total do Estado. A maior parte das lavouras (46%) está em fase de frutificação, seguido de 36% em fase de floração e 15% em desenvolvimento vegetativo.

A condição das lavouras é predominantemente boa (86%), seguido de 13% em condições medianas e 1% em condições ruins. As piores áreas estão na região Sudoeste (núcleo de Francisco Beltrão e Pato Branco), mas apenas as áreas que plantaram mais cedo, sem umidade suficiente no solo.

O plantio do milho safrinha já teve início no Paraná, começando pela região Sudoeste. Até o momento foram semeados 4,4 mil hectares nos núcleos regionais de Francisco Beltrão, União da Vitória e Guarapuava, correspondente a 0,2% da área total projetada pela Seab, de 2,15 milhões de hectares.

A entidade estima que todas as regiões do Estado devem reduzir área. Na região Norte deve ser menos intensa (-4% em relação à safra anterior) e no Sudoeste a mais drástica (-44%). O preço baixo registrado em 2017 é o principal fator de desestímulo ao plantio. Os efeitos da La Niña neste primeiro semestre (chuvas abaixo do normal) podem ser muito mais fracos que o esperado.

Feijão

A colheita da primeira safra de feijão chegou a 31%, 11 pontos percentuais atrasada em relação ao mesmo período do ano passado. O motivo é a falta de umidade adequada para a colheita causada pelas chuvas frequentes das últimas semanas.

Além de impedir a colheita, o tempo úmido também tem afetado a qualidade da safra, que está pior que no ano passado. A condição das lavouras ainda por colher é considerada boa em 54% das áreas, medianas em 37% e ruins em 9%. Na safra 2016/17, o percentual de lavouras em boas condições era de 75% nesse período.

O plantio da segunda safra teve início em 2% da área, o equivalente a 5,3 mil hectares do total estimado em 224 mil hectares para o Paraná. Este segundo plantio deve ter redução de 10% em relação ao ano passado. Apenas as regiões Oeste e Norte, onde o plantio é menos significativo, devem ampliar o cultivo em relação à safra 2016/17.

Carlos Filho

Jornalista do Sistema FAEP/SENAR-PR. Desde 2010 trabalha na cobertura do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial). Atualmente integra a equipe de Comunicação do Sistema FAEP na produção da revista Boletim Informativo, programas de rádio, vídeos, atualização das redes sociais e demais demandas do setor.

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