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Informe – SOJA, MILHO, TRIGO 06/04/2015

Confira a análise econômica da FAEP dos preços da soja, milho e trigo

Por: Tânia Moreira, economista do Departamento Técnico e Econômico da FAEP.

APÓS ALTAS, SOJA ENCERRA EM QUEDA

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Após ter registrado altas nos dias após a divulgação dos dados do USDA sobre os estoques e área da próxima safra americana, a soja encerrou a última quinta-feira (02/04) com queda de 0,37% no contrato de maio na CBOT, fechando no valor de US$ 9,86/bushel. Com a queda do dólar, refletindo dados fracos dos Estados Unidos, o preço no porto de Paranaguá também registrou queda fechando no valor de R$ 70,00/saca (CIF).
As exportações americanas na semana encerrada em 26 de março caíram 95% em relação a semana anterior e 92% em relação a média das últimas quatro semanas, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

MILHO EM ALTA COM PREOCUPAÇÃO NO PLANTIO

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Após as quedas dos últimos dias, com dados do USDA de estoques acima do esperado e corte de área abaixo do esperado, os contratos do milho encerraram a quinta-feira em alta, com o contrato de maio ganhando 1,24%, fechando no valor de US$ 3,86/bushel por previsões climáticas de muita umidade o que prejudica o plantio do milho americano safra 2015/16. Segundo o site Agrimoney muitos produtores americanos não planejam plantar milho antes de 20 de abril.

Segundo o USDA as exportações americanas de milho na semana encerrada em 26 de março cairam 7% em relação à semana passada e 26% em relação à média das últimas quatro semanas, apesar disso os preços subiram, afetados mais pelas previsões climáticas que devem continuar exercendo influência no preço durante os próximos dias.

O plantio do milho safrinha segue praticamente concluido no Paraná, segundo informações da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB). No Mato Grosso, os dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) também indicam que o plantio está concluído.

O preço médio recebido pelo produtor no Paraná, segundo a SEAB, é de R$ 21,96/saca.

TRIGO EM ALTA POR EXPORTAÇÕES E CLIMA

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A condição climática mas seca para as regiões produtoras de trigo voltaram a preocupar refletindo nos preços de Chicago na última quinta-feira. O contrato de maio encerrou com ganho de 1,46%.

O dado da exportação americana também ajudou, sendo relatado pelo USDA aumento de 58% das exportações em relação à semana anterior, apesar de 54% inferiores a médias das últimas quatro semanas.

 

Outras:
–  Balança comercial brasileira: no acumulado de janeiro a março de 2015 a balança comercial brasileira encerrou com novo déficit comercial, no valor de US$ 5,557 bilhões. As exportação totalizaram US$ 42,7 bilhões enquanto as importação foram de US$ 48,3 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
–  Para o mês de março o saldo comercial foi positivo pela primeira vez no ano fechando em US$ 458 milhões.
–  Exportações de soja: os dados de março em relação ao mês de fevereiro, mostraram que os embarques de soja se aceleraram significativamente passando de 868 mil toneladas em fevereiro para 5,5 milhões de toneladas em março. No acumulado do ano as exportações de soja em grãos totalizaram uma receita de US$ 2,593 bilhões com queda de 43% em relação ao mesmo período do ano anterior. A participação das exportações de soja nas exportações totais brasileiras neste trimeste foi de 6,1%.
–  Exportações de farelo de soja: as exportações de farelo de soja cresceram 11% de janeiro a março de 2015 comparado ao mesmo período de 2014.
–  Exportações de milho: as exportações de milho de janeiro a março mativeram –se em linha com o exportado no ano passado, com a receita crescendo 2,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação ao mês de fevereiro o volume exportado em março retrocedeu 39%, com a receita da exportação caindo 35,6%.
–  Segundo o Boletim Focus do Banco Central as expectativas para inflação continuam a se deteriorar, com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tendo passado de 8,13% para 8,20% no último boletim. O previsão para variação do PIB também foi pior passando de -1,0% para -1,01%, com uma taxa Selic prevista para 13,25%.
–  Segundo o site Agrimoney especialistas do USDA esperam que a área de soja no Brasil para a próxima safra de verão deva cair em função de preços menores para a commodity, custos pelo menos 7% maiores e dificuldades na obtenção de crédito.

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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