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Indústria da soja espera outro ano de preços remuneradores

Evandro Monteiro, da Abiove, diz que expectativa é escoar 10% da soja pela ‘Saída Norte’

A despeito do recuo nos preços internacionais e da expectativa de queda na receita com os embarques de soja do Brasil, diante da abundante oferta global, 2015 será um ano “razoável” para o segmento, projetou ontem a Abiove, associação que representa as indústrias de óleos vegetais do país, fazendo coro com outras projeções recentes. “Não será tão bom quanto 2014, mas ainda favorável, com preços remuneradores”, afirmou Fábio Trigueirinho, secretário-geral da entidade, em encontro com jornalistas ontem.

A Abiove prevê uma colheita de 91 milhões de toneladas de soja na atual safra 2014/15, em fase final de plantio. O volume é bem inferior às 95,8 milhões de toneladas projetadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mas está acima das 86,1 milhões colhidas no ciclo anterior. Para as exportações de soja em grão, a estimativa é de um crescimento de 46 milhões para 48 milhões de toneladas.

“Como estamos ajustando o valor da soja em grão para US$ 370 por tonelada no porto [foram US$ 510 em 2014], a expectativa é que a receita [do complexo soja, que inclui grão, farelo e óleo] fique entre US$ 23 bilhões e US$ 24 bilhões em 2015”, disse Trigueirinho. Com isso, o montante será até 25% inferior aos US$ 30,7 bilhões deste ano.

Nos cálculos da Abiove, o novo corredor do Norte do país, formado pela rodovia BR-163 e a hidrovia do Rio Tapajós, no Pará, deve escoar um volume superior a 3 milhões de toneladas em 2015, ante as 1,1 milhão deste ano, quando a rota começou a ser efetivamente operada. “Já saem pelo Norte pouco mais de 3 milhões de toneladas, o equivalente a 7% do total exportado de soja. Mas esperamos um acréscimo sensível por lá, levando esse número a mais de 10%”, afirmou Carlo Lovatelli, presidente-executivo da Abiove.

O frete de escoamento de grãos a partir das importantes regiões produtoras de Mato Grosso (caso doa municípios de Sinop e Sorriso) custa em torno de US$ 150 por tonelada aos portos do Sul e Sudeste, mas a Abiove calcula que a saída pelo Norte permita uma economia de US$ 50 por tonelada. “Em 2014 já tivemos uma logística mais organizada, com menos filas nos portos”, ressaltou Trigueirinho.

A Abiove prevê uma elevação de 2 milhões de toneladas no processamento brasileiro de soja em 2015, para 38,3 milhões de toneladas – um recorde histórico -, embalado pelo mercado doméstico. O aquecimento do segmento de carnes tende a fazer a produção de farelo (destinado à fabricação de ração) crescer para 29,1 milhões de toneladas, ante as 27,6 milhões deste ano, diz a entidade.

Para o óleo, a perspectiva é de que o estímulo venha do biodiesel, cuja adição obrigatória ao diesel no país passou de 5% para 7% em novembro deste ano. A previsão é que, com o B7, a produção do biocombustível avance dos 3,45 bilhões de litros deste ano para 4,2 bilhões. “Esse volume coloca o Brasil na segunda posição mundial de produção e consumo de biodiesel, atrás dos EUA”, disse Leonardo Zilio, assessor econômico da Abiove.

Em 2015, a associação planeja concentrar atenções em duas outras propostas de flexibilização do uso de biodiesel: o B20 metropolitano e o BX opcional. A primeira ideia é que a mistura de 20% ao diesel seja utilizada na frota de transporte urbano de passageiros em cidades com mais de 500 mil habitantes.

Já o BX opcional permitiria uma maior “flutuação” no uso do biodiesel quando houver atratividade econômica. “Em Mato Grosso, por exemplo, as distribuidoras estão comprando diesel a cerca de R$ 2,20 o litro, e o biodiesel, a R$ 1,85 por litro. Então, se elas podem adquirir o biodiesel mais barato, por que não flexibilizar a mistura?”, questionou Zilio. Ele ressaltou que a Abiove discute essas medidas “paralelas”, mas mantém o foco no objetivo de estabelecer o marco regulatório do B10 para 2020.

 

Fonte: Valor Econômico – 17/12/2014

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