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Importação brasileira de fertilizante dispara

A forte demanda doméstica por fertilizantes para o plantio da safra de inverno de milho da temporada 2012/13 e para a próxima safra de grãos de verão (2013/14) motivou um crescimento de 23% das importações brasileiras de adubos intermediários no primeiro semestre do ano. Com isso, essas importações equivaleram a 79,7% do volume de vendas de produtos finais no período, participação menor apenas que a verificada entre janeiro e junho de 2011 e muito maior que a média histórica de 65% a 70%.

De acordo com dados divulgados pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), mesmo com uma queda de 1,5% em junho em relação ao mesmo mês de 2012, as importações de fertilizantes intermediários totalizaram 9,679 milhões de toneladas no primeiro semestre deste ano. O porto de Paranaguá, no Paraná, foi responsável pelo recebimento de 43,5% desse total.

Conforme a Anda, as entregas de fertilizantes ao consumidor final (vendas) aumentaram 5,9% em junho ante o mesmo mês de 2012, para 2,615 milhões de toneladas. Com isso, no primeiro semestre deste ano as vendas somaram 12,15 milhões de toneladas, um aumento de 3,6% sobre igual intervalo de 2012. O Estado de Mato Grosso concentrou o maior volume de entregas no primeiro semestre do ano – 2,59 milhões de toneladas, seguido de São Paulo, com 1,709 milhão, e do Paraná, com 1,653 milhão de toneladas.

Ao mesmo tempo em que as importações dispararam, a produção nacional de fertilizantes intermediários cresceu apenas 3,1% no primeiro semestre, para 4,627 milhões de toneladas.

Carlos Eduardo Florence, diretor-executivo da Associação dos Misturadores de Adubos (Ama-Brasil), estima que boa parte das antecipações de compras de fertilizantes intermediários no exterior está ligada aos conhecidos gargalos logísticos do país. Com a pequena produção nacional, o progressivo aumento da demanda interna e a mesma capacidade dos portos, a tendência é que os problemas de logística piorem. De acordo com Florence, os navios que chegam com adubo importado em Paranaguá estão demorando cerca de 50 dias para descarregar o produto.

Na avaliação de Rafael Ribeiro de Lima Filho, analista de mercado da Scot Consultoria, a valorização da moeda americana frente ao real também já faz com que muitos consumidores finais antecipem as compras para evitar um impacto ainda maior dessa alta. A tendência é que os preços dos fertilizantes subam no curto e médio prazos diante da tradicional demanda neste segundo semestre e da valorização do dólar, observa Lima.

O produtor de grãos está mais capitalizado e pode antecipar as compras de insumos, lembra Lima. Ele afirma, porém, que os produtores que não conseguiram comercializar de forma vantajosa a safra diante dos menores preços da soja podem "segurar" os investimentos em insumos, "mas isso não deverá ser em grandes proporções" diante dos últimos anos de boa rentabilidade.

Valor Econômico

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