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Governo não sabe o que quer e prejudica o trigo do PR e RS

Um exemplo clássico da falta de sintonia nas decisões do governo federal sobre a agricultura nacional teve como cenário a Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Convidados pelo Ministro da Agricultura, o mineiro Antônio Andrade, para discutir uma política agrícola dedicada ao trigo, os presidentes da FAEP, Ágide Meneguette e Carlos Sperotto, presidente da Farsul,  já haviam sido surpreendidos com uma inesperada notícia. Num prédio vizinho, a CAMEX (Câmara de Comércio Exterior) acabara de aprovar uma nova prorrogação para importação de 600 mil toneladas de trigo, sem imposto – é a terceira vez este ano que o governo dá essa pancada nos triticultores. De janeiro a setembro, 5,2 milhões de toneladas de trigo foram importadas pelo Brasil

“Fui voto vencido na Camex”, confessou o ministro Andrade na reunião com os representantes dos produtores paranaenses e gaúchos. Esse órgão é composto pelos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel; a Chefe da Casa Civil da Presidência da República, Gleisi Hoffmann;  Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo ;  Fazenda, Guido Mantega; Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antonio Andrade;  Planejamento, Miriam Belchior e Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas.

A justificativa? Controle da inflação.

“Mais uma vez o governo usa o produtor rural para tentar deter a inflação, em vez de cortar suas despesas”, afirmou Ágide. De fato, o descontrole das contas fez o Tesouro Nacional registrar  um déficit de R$ 10,5 bi­lhões em setembro, no pior resultado desde o início da série histórica, em 1997.

Presidente da Comissão Técnica de Cereais da FAEP, Ivo Arnt, que acompanhou os presidentes das entidades na reunião com o ministro da Agricultura, se decepcionou. “O Paraná acabou de colher a safra de trigo, a maior parte atingida pelas geadas, e o Rio Grande começou a sua colheita. Essa importação foi um soco no estômago do produtor e atingiu diretamente o mercado”, disse. Com navios desembarcando as importações promovidas pelo governo federal em setembro passado e com essa nova decisão de Brasília, os preços são afetados.

Uma das soluções está sendo negociada com o governo: destinar essas novas  600 mil toneladas de trigo sem tarifas de importação para o Nordeste. O que faria o mercado reagir a um nível satisfatório no resto do país.

Política

No encontro com o ministro da Agricultura, os presidentes da FAEP e Farsul defenderam que o governo federal decida afinal o que deseja com trigo nacional. É ou não para paranaenses e gaúchos, responsáveis pela produção brasileira (1,8 mil toneladas e 2,0 mil toneladas, respectivamente) optarem pela triticultura. Qual a política? Haverá garantias de preços mínimos? Seguro adequado? A pressão de moinhos e a importação de trigo argentino (na verdade americano com passagem pelo vizinho) serão suportadas? Tanto a FAEP como a Farsul tem propostas claras e objetivas para o trigo. Até agora Brasília se finge de surda e quando fala, prejudica.

Vejaa entrevista do presidente da COmissão de Cereais, Ivo Arnt
Fonte: Sistema Faep

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