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Governo argentino diminui exportação de trigo

Os produtores rurais da Argentina anunciaram ontem a suspensão total da comercialização de grãos na próxima semana para protestar contra as regras de exportação impostas pelo governo de Cristina Kirchner.
 

A medida de força será acompanhada de manifestações em diferentes pontos do país, segundo o anúncio, feito em conjunto pelos dirigentes das quatro grandes federações agropecuárias.
A decisão veio depois de o governo entrar em contradição sobre a quantidade de trigo que poderia ser exportada nos próximos meses.
 

Pela manhã, o Ministério da Agricultura liberou cerca de 7 milhões de toneladas e, pouco depois, o ministro do Comércio Interior, Guillermo Moreno, reduziu o volume para menos da metade.
Os produtores reagiram pedindo o fim definitivo das limitações impostas pelo governo, que usa cotas anuais e altas taxas de tributação para aumentar a arrecadação e forçar a queda dos preços no mercado interno.

Segundo o presidente da Federação Agrária, Eduardo Buzzi, os protestos começarão na próxima quarta, mas a medida é ainda "simbólica".
"Não estamos numa situação em que vai faltar trigo no país [em uma semana de paralisação]", disse.

Segundo Buzzi, os mecanismos que o governo usa para restringir as exportações impedem o planejamento a longo prazo, derrubam os preços para os produtores e beneficiam somente as multinacionais.
Nos meses em que não há permissão para exportar, as grandes tradings pagam preços baixos aos produtores e, assim que o governo abre a "janela" para um volume determinado, os grãos seguem para o exterior a preços bem superiores, conforme Buzzi.

LOCAUTE

A suspensão das vendas e a promessa de manifestações para a próxima semana é o primeiro sinal de pressão sobre o governo desde o grande conflito travado entre Cristina e o campo, há dois anos.

 
Em 2008, os produtores rurais reagiram com um locaute após o governo aumentar o imposto de exportação da soja para 48%.
Os ruralistas promoveram 3.979 bloqueios de estradas pelo país, o mercado consumidor ficou desabastecido e a popularidade de Cristina despencou. O tarifaço do Executivo foi depois derrubado no Senado, que reduziu a taxa para 35%.

 
Panificação Brasileira – São Paulo/SP – NOTÍCIAS
Fonte: Folha de S.Paulo

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