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Gado magro vira “artigo de luxo” e preço sobe 20%

Querencia-170Os preços do gado magro subiram 20%, no período de um ano, e estão pesando no bolso do produtor na hora de investir na reposição e confinamento de animais. A cotação atual no mercado é de R$ 1.530, enquanto no mesmo período do ano passado era de R$ 1.275.

O bezerro também ficou mais caro, de R$ 1.100 para R$ 1.310 – alta de 19%. Os dados são da Federação de Agricultura e Pecuária de MS (Famasul).O valor em alta do principal insumo do confinamento, justamente nesse período, é uma preocupação para os produtores da modalidade.

Isso por que o fechamento do gado acontece entre os meses de abril e julho, quando a seca começa a diminuir o pasto, e vai até outubro. O consultor de pecuária, Rodrigo Spengler, explica que o produtor vai precisar fazer as contas antes de definir o investimento: custo do boi magro e os insumos para confinamento, contra o preço de venda do boi gordo.

“O animal de reposição 19% foi o aumento Nos preços do bezerro, em um ano. O gordo, no mesmo período, ficou 26% mais caro. A estimativa é de que os preços caiam depois de julho subiu muito e apertou essa conta. Muita gente está confinando menos por isso”, diz.

Ele, no entanto, avalia que por enquanto não houve redução no número de produtores de confinamento, mas caiu entre 10% e 15% o volume de gado confinado neste ano. O pecuarista Antônio José de Oliveira reclama que “está muito caro a reposição”, mas afirma que ainda não pretende reduzir o número de gado confinado.

“Tudo vai depender das oportunidades de negócio que aparecerem. Talvez atrasemos um pouco a compra para esperar o mercado acomodar, mas acredito que não vou diminuir o número de animais”, explica. Ele aposta na acomodação dos valores no mercado até julho, quando deve fechar o gado. “Tudo que sobe, abaixa. O boi gordo já está abaixando e o magro deve ceder também”, espera.

Mercado

Contudo, a economista da Famasul, Adriana Mascarenhas, avisa que em curto prazo a projeção é de contínua alta nos preços do animal de reposição – bezerro e gado magro -, enquanto a arroba sinaliza uma discreta queda.

O resultado é uma conta não favorável para o confinamento e que pode refletir em futura redução da oferta de carne. “Na hora de comprar para reposição ou confinamento, o produtor vai pagar caro. Isso pode reduzir a rentabilidade e fazer com que ele diminua o número de novos animais, o investimento no confinamento. O resultado vai ser uma oferta menor de gado disponível para abate, no fim do ano”, detalha.

A discreta redução na arroba do boi gordo é registrada ao longo do mês de maio, que começou com a cotação em R$ 120 e agora está em R$ 116 – recuo de 3,33%, de acordo com a Famasul. Apesar da redução, o valor ainda representa majoração de 26% em relação ao mesmo período do ano passado. “Isso é principalmente por conta do consumo menor, em razão dos altos preços. Mas a arroba deve voltar a subir conforme a demanda aumentar em junho e julho”, avalia.

Fonte: Famasul- 28/05/2014

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