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G20 ‘agrícola’ começa em Paris com foco em commodities

G20 ‘agrícola’ começa em Paris com foco em commodities

Agenda de combate à volatilidade dos preços das commodities traz propostas polêmicas; obtenção de acordo, no entanto, é considerada difícil
Paris abriga a primeira reunião dos ministros da agricultura do G20

Os ministros da agricultura dos países do G20 – as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia – encontram-se nesta quarta-feira pela primeira vez na história do grupo. Em seus doze anos de existência, as reuniões sempre foram realizadas por titulares da área econômica e por presidentes de bancos centrais. No evento desta quarta-feira, em Paris, as autoridades presentes terão uma difícil missão pela frente: entrar em acordo sobre a resposta mais adequada para a volatilidade dos preços das commodities agrícolas.

Organismos internacionais, como o Banco Mundial, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, da sigla em inglês) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), pesquisaram, a pedido do G20, as melhores soluções para a questão. Com base nestas sugestões, as nações do grupo devem concordar em desenvolver mecanismos para melhorar a produtividade no campo e aumentar a transparência. Não deve haver consenso, porém, sobre outras questões importantes, como a concessão de subsídios a biocombustíveis, restrições para exportações e regulação das transações com commodities.

Uma regulação mais rigorosa dos mercados foi adotada como bandeira pela França em sua campanha na presidência do G20. Contudo, as propostas de Paris – com a imposição de limites sobre quanto os investidores podem comprar no mercado ou para um depósito mínimo de dinheiro para operações em derivativos de commodities – não tiveram suporte de outras nações, como a Grã-Bretanha. "Haverá poucas medidas concretas", prevê o especialista em commodities, Philippe Chalmin. O consultor disse não ver espaço no comunicado final da reunião para um acordo sobre regulação.

O relatório elaborado pela FAO e pelo Banco Mundial aponta que eventuais "restrições dos maiores produtores de alimento a exportações geram fortes efeitos desestabilizadores nos mercados internacionais" e recomenda que os membros do G20 utilizem o recurso somente em último caso. No entanto, Rússia e Argentina fazem oposição a um acordo, já que, nos últimos anos, ambos têm direcionado a produção para o mercado interno como estratégia de combate à inflação.

O esboço do acordo que deverá ser publicado nesta quinta-feira trata vagamente das questões mais polêmicas, como a regulação. Por enquanto, o documento obtido pela imprensa cobre apenas a criação de uma base de dados de fornecimento de produtos agrícolas; um programa conjunto de pesquisa sobre o trigo; e um fórum para rápida resposta do G20 no caso de uma crise alimentar. Mas mesmo esses pontos ainda podem enfrentar resistência. A China vem se mostrando relutante em colaborar com a base de dados de estoques.

Fonte: Veja e Agência Reuters

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