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Futuro status de área livre de aftosa sem vacinação irá gerar ganhos dentro da porteira no PR

Produtores rurais esperam que o setor acesso novos mercados que remuneram melhor e que economia cresça



O reconhecimento do Paraná como área livre de febre aftosa em 2021 pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) também trará retorno, inclusive financeiros, dentro da porteira. Esta é a expectativa de produtores rurais que, na última terça-feira (15), acompanharam a solenidade em que a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Teresa Cristina, assinou a suspensão da vacinação contra a doença em todo o Paraná. O fim da imunização é um passo decisivo para a obtenção do reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação.

Na pecuária leiteira, os produtores comemoraram o fim oficial da vacinação contra a doença no Estado. O presidente da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (APCBRH), Hans Jan Groenwold, avalia que ao se aproximar no novo status sanitário o Estado já terá mais condições de disputar novos mercados, com perspectivas para gerar um efeito positivo em cascata.

“É uma evolução, que certamente vai ajudar a abrir mercado em mais países. Temos que ser competitivos com os demais. Não podemos parar”, disse.

O produtor Edison Gorte, que tem propriedade de gado de corte em Palmeira, na região dos Campos Gerais há 10 anos, aponta o término da vacinação como a valorização da segurança sanitária do Paraná. “A injeção dizia que não tínhamos capacidade de cuidar da sanidade. Chega de vacina, pois o Estado está pronto. Só temos a ganhar com isso”, afirmou.

Na avicultura, atividade em que o Paraná é um expoente mundial, os resultados também serão diretos. O produtor Diener Gonçalves de Santana, de Cianorte, na região Noroeste, sabe que o status de área livre de aftosa sem vacinação irá fazer com que outros compradores internacionais olhem de forma diferenciada para a carne do Paraná.

“Já somos destaque no mundo globalizado, mas em breve poderemos acessar novos mercados. Todos iremos ganhar com essa agregação de valor ao produto final”, diz o avicultor, que tem três aviários, num total de 55 mil cabeças por lote.

Setor privado colaborou na estruturação do sistema sanitário

A conquista do novo status sanitário é resultado de um longo caminho, iniciado na década de 1970, quando o Paraná começou seu programa de profilaxia e controle da febre aftosa. A participação da iniciativa privada no processo de estruturação do sistema sanitário paranaense sempre foi decisiva. De 1997 para cá, o Sistema FAEP/SENAR-PR investiu mais de R$ 40 milhões no desenvolvimento sanitário do Paraná, em uma série de ações, como treinamentos, divulgações de programas e implementação de boas práticas, além da capacitação de técnicos e produtores, viagens técnicas e acompanhamento de organismos internacionais, como a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e Comissão Sul-Americana para a Luta Contra a Febre Aftosa (Cosalfa).

Muito desta ação bem-sucedida está diretamente relacionada ao Fundo de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Paraná (Fundepec). Criado em 1995, o fundo é uma sociedade civil sem fins lucrativos, formado por entidades representativas, como FAEP, Ocepar e sindicatos de produtores de diversas cadeias. A partir de uma série de convênios, o Fundepec vem garantindo respaldo financeiro e institucional a uma série de ações sanitárias e na defesa dos produtores. Hoje, por exemplo, o fundo dispõe de mais de R$ 78 milhões em caixa, para eventuais emergências sanitárias e/ou para indenizar pecuaristas, caso sejam necessários abates sanitários, ante eventuais casos de doenças.

“Essa consolidação sanitária ocorrida ao longo das últimas décadas só foi possível a partir da criação do Fundepec e com a participação do setor produtivo. Foram essas ações que trouxeram o Paraná ao patamar em que estamos hoje”, disse o diretor-executivo do Fundepec, Ronei Volpi.

Felippe Aníbal

Jornalista profissional desde 2005, atuando com maior ênfase em reportagem para as mais diversas mídias. Desde 2018, integra a equipe de comunicação do Sistema FAEP, onde contribui com a produção do Boletim Informativo, peças de rádio, vídeo e o produtos para redes sociais, entre outros.

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