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Frio prolongado dá novo golpe nas macieiras de Palmas

Este ano será marcado por nova queda na produção de maçã em Palmas, polo produtor da fruta localizado no Cen­­tro-Sul do Paraná. Os fruticultores iniciaram a colheita da variedade Gala, a mais expressiva, há pouco mais de uma semana. Os resultados iniciais indicam que a expectativa de 12 mil toneladas deve ser reduzida em 20% a 25%. Ou seja, a produção deve se limitar a 10 mil toneladas – 5 mil a menos do que o volume de 2011.

"As perdas foram causadas pelo frio prolongado, no outono", comenta Josemar Bannach Fonseca, engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) em Palmas. Para amenizar o quadro, os fruticultures terão de alcançar melhores resultados na colheita da variedade Fuji, que começa nas próximas semanas.
A previsão confirma a decadência da atividade em Palmas, município que já chegou a concentrar de 65% a 70% da produção estadual de maçãs. Na safra passada, a área plantada foi de 520 hectares e foram colhidas 15 mil toneladas da fruta. Neste ano, a área plantada foi reduzida para 450 hectares e a queda na produção pode chegar a 33% em relação a 2011.

Segundo Fonseca, nenhuma providência foi tomada para reverter a situação dos fruticultores, que amargam perdas e acumulam prejuízos. No ano passado, a dívida deles girava em torno de R$ 10 milhões. "Pomares inteiros vêm sendo cortados e o desânimo toma conta dos produtores", comenta o agrônomo. Para ele, a falta de uma política pública voltada ao setor inviabiliza a recuperação da cultura em Palmas.

O município já teve 65 produtores e área plantada de 1.080 hectares. Tanto o número de fruticultores quanto a extensão das plantações foram reduzidos pela metade. "Não houve renovação de pomares, aplicação de recursos e investimentos", relata Fonseca.

Alguns produtores ainda mantêm a produção de maçã como atividade principal, mas a maioria está diversificando e apostando em outras culturas, na pecuária e na agricultura. Desde o ano passado, uma série de discussões apontam para a necessidade de novos investimentos para reanimar a fruticultura.

O preço do quilo da maçã de qualidade está em torno de R$ 0,80 a R$ 1,00 para o produtor. A maioria, entretanto, não atinge qualidade e o preço médio de venda acaba sendo de R$ 0,50, valor considerado baixo. O preço médio está entre 10% e 30% acima dos índices dos últimos anos, que foi de R$ 0,90 de 2008 a 2010. A crise do setor atinge todo o país, uma vez que há excesso de produção nacional. O consumo de maçã no Brasil ainda é pequeno, de cerca de 4 a 5 quilos per capita.
Prejuízo

Granizo afetou safra de SC

Da Redação

O clima foi ruim para os produtores de maçã de Palmas e pior ainda para os de Santa Catarina. As ocorrências de granizo reduziram a colheita em até 60% em São Joaquim, conforme o setor. Em média, a perda pode passar de 43% no estado vizinho, reduzindo a colheita de 660 para 370 mil toneladas.

A situação dos produtores se agrava porque os preços não estão reagindo na mesma proporção, o que confirma a tese de que sobra fruta no mercado. Os produtores esperavam receber cerca de R$ 1,5 por quilo – um terço a mais.

O Sul do país tem sido responsável por mais de 95% da produção nacional de 1,3 milhão de toneladas. Metade da colheita brasileira sai dos pomares de Santa Catarina. O Rio Grande do Sul participa com 46% e o Paraná com 4%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A produção do Paraná, com o recuo da atividade em Palmas, tende a perder expressão. O polo produtivo ainda é responsável por 25% da área plantada no estado. A redução de 50% na produção local deve rebaixar a safra estadual, que havia passado de 55 mil toneladas nos últimos anos.

Além de Paraná e Santa Catarina, o Rio Grande do Sul, que está na fase inicial da colheita, também teme perdas climáticas. Novas projeções devem ser divulgadas nos próximos dias.

Fonte: Gazeta do Povo – 21/02/2012

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