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Ferroeste realiza consultas públicas sobre a nova ferrovia

Encontros visam ampliar o debate em torno das deficiências de infraestrutura numa região fortemente vocacionada para o agronegócio e o transporte ferroviário

Na semana passada, a Ferroeste iniciou, em Guarapuava, uma série de quatro Consultas Públicas sobre a construção de uma nova ferrovia entre Dourados/MS e o Porto de Paranaguá/Pontal do Paraná/PR. Depois de Guarapuava, as reuniões passaram por Cascavel (6), Curitiba (9) e irá ocorrer em Dourados/MS (16). Cada encontro visa ampliar o debate em torno das deficiências de infraestrutura numa região fortemente vocacionada para o agronegócio e o transporte ferroviário, além de receber contribuições da sociedade civil sobre o modal ferroviário.

Em cada encontro, o presidente da Ferroeste, João Vicente Bresolin Araujo, explica o projeto, e depois recolher subsídios e sugestões sobre o modal ferroviário e a nova ferrovia. As discussões em torno da viabilidade da nova ferrovia, desejo histórico da sociedade civil organizada, conta com o apoio da Secretaria de Infraestrutura e Logística e do Governo do Estado do Paraná.

Gargalos logísticos

O Paraná tem um PIB de US$ 115 bilhões, uma das maior economia do país, mas suas ferrovias estão obsoletas. A solução ferroviária é indispensável para o crescimento do Paraná e Sul do Mato Grosso do Sul. Segundo o presidente da Ferroeste, nas últimas décadas, “a produção agrícola e o Porto de Paranaguá se modernizaram, mas a ligação campo-porto continua com a mesma infraestrutura ferroviária”.

Devido às suas características econômicas, o Paraná tem forte participação no setor do agronegócio. O Estado detém 33% da produção brasileira de soja e milho, 25% da produção de carne de frango e 16% da produção de carne suína, mas o escoamento da produção do Oeste do Estado está limitado por dois grandes gargalos fora da área de concessão da Ferroeste: na Serra da Esperança (entre Guarapuava e Ponta Grossa) e na descida da Serra do Mar (entre Curitiba e Paranaguá).

Novo ciclo

A deficiência na infraestrutura Oeste-Leste também prejudica o escoamento da produção de Mato Grosso do Sul, que em 2016, era o maior produtor nacional de grãos, e do Paraguai, país produtor de grãos. Para assegurar a continuidade do desenvolvimento dessa enorme região produtora, que atravessa fronteiras, é preciso um novo traçado ferroviário para o mar, o maior projeto paranaense dos últimos seis anos.

“O trem é a melhor alternativa para reduzir custos e tornar o produto brasileiro mais competitivo no mercado internacional”, segundo Araujo. A inversão na matriz regional de transporte encarece o frete das commodities, graneis e produtos de baixo valor agregado, cargas típicas do modal ferroviário, que exigem o transporte de grandes volumes em longas distâncias.

De acordo com João Vicente Bresolin Araujo, os produtores querem uma nova ferrovia, o Porto de Paranaguá precisa, o Governo do Estado e a União, por intermédio da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e do Ministério da Agricultura, já deixaram claro que também aprovam a obra paranaense. “O novo projeto ferroviário promoverá a fundação de um novo ciclo de investimentos e a proliferação de vários polos de desenvolvimento ao longo da nova ferrovia”, concluiu.

Serviço

Dourados/MS
Dia: 16 de outubro de 2017
Endereço: Auditório da ACED (Associação Comercial e Empresarial de Dourados)
Avenida Joaquim Teixeira Alves, 1480, Centro.
Horário: 19h00 às 21h30.

Carlos Filho

Jornalista do Sistema FAEP/SENAR-PR. Desde 2010 trabalha na cobertura do setor agropecuário (do Paraná, Brasil e mundial). Atualmente integra a equipe de Comunicação do Sistema FAEP na produção da revista Boletim Informativo, programas de rádio, vídeos, atualização das redes sociais e demais demandas do setor.

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