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FAEP reitera pedido de apoio à comercialização de mandioca

Levantamentos da SEAB/Deral mostram que a raiz foi comercializada a R$187,93/tonelada no começo de março de 2015, valor 30% menor que o custo de produção

A FAEP encaminhou em 20 de fevereiro de 2015, ofício ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento solicitando medidas de apoio à comercialização da mandioca, que atravessa uma grave crise. Até o momento não houve nenhuma ação do Governo e os prejuízos dos produtores se acumulam.

A mandioca é uma importante cultura no Estado, desenvolvida em 45 mil propriedades rurais, sendo 86% pequenos produtores, conforme dados do Censo Agropecuário. Além disso, a cultura mantém em atividade 58% do parque industrial de produção de fécula do país com mais de 70 indústrias de farinhas no Paraná.

Levantamentos da SEAB/Deral mostram que a raiz foi comercializada a R$187,93/tonelada no começo de março de 2015, valor 30% menor que o custo de produção. Os preços recebidos pelos produtores atualmente são 6% menores ao que era praticado em janeiro de 2015 e 53% menor que o preço de março de 2014.

Em algumas localidades, os produtores estão recebendo R$160,00/tonelada, valor aviltante considerando o custo operacional de produção, de R$237,09/tonelada estimado pela SEAB/Deral. A expectativa é de valores ainda menores para os próximos meses, uma vez que grande parte da colheita é realizada entre os meses de maio a agosto. Para agravar a situação o preço mínimo está defasado.

Diante da gravidade do assunto, o presidente da FAEP, Ágide Meneguette reiterou as solicitações em novo documento enviado neste dia 10/02. Pediu a interveniência dos ministros da Agricultura e Desenvolvimento Agrária “em apoio às medidas urgentes para reduzir os prejuízos dos produtores”. Entre elas:

1. Aumento dos Preços Mínimos de Garantia em 30% para a raiz e derivados, considerando que a última atualização ocorreu em 2013, e desde então ocorreram altas significativas nos custos de produção;

2. Viabilização de recursos na modalidade AGF para a aquisição de 20.000 toneladas de farinha de mandioca e 20.000 toneladas de fécula no Paraná;

3. Aquisição de 5.000 toneladas de derivados e de 10.000 toneladas de farinha de mandioca para a merenda escolar e compra institucional;

4. Prorrogação dos financiamentos agrícolas do setor desta safra sem impedimentos para contratação de novos financiamentos;

5. Implantação do Programa de Garantia e Sustentação de Preços, como forma de garantir o escoamento dos excedentes de produção;

6. Intervenção do governo para estimular as exportações e abertura de novos mercados para os derivados de mandioca, medida que contribuiria com a balança comercial do país.

No documento, Ágide lembra que as propostas solicitadas visam garantir a continuidade de milhares de agricultores na atividade e dos empregos diretos e indiretos gerados pela mandiocultura no Paraná.

Cópia do ofício foi encaminhado à SEAB/PR; Instituto Pensar Agro e à Frente Parlamentar Agropecuária.

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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