Sistema FAEP

FAEP elenca prioridades e perspectivas para o setor

Planejamento e análises foram apresentados em Assembleia Geral, que contou com a participação de presidentes sindicais e líderes políticos

A FAEP está pronta para avançar em 2023. Ao longo da Assembleia Geral, promovida em 30 de janeiro, a entidade elencou suas prioridades para o ano, entre as quais o Programa de Sustentabilidade Sindical (PSS), e traçou perspectivas para o agronegócio. De quebra, o evento celebrou a coesão do setor agropecuário paranaense, com a participação de 130 presidentes e diretores de sindicatos rurais, do senador Sergio Moro, da deputada federal Rosangela Moro (eleita por São Paulo) e do deputado federal Pedro Lupion (com participação por videoconferência), que assumiu este ano a presidência da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA).

“Independentemente do cenário, precisamos trabalhar. E o Sistema FAEP/SENAR-PR vai dar todo o suporte para que os agricultores e pecuaristas paranaenses possam continuar a produzir com conhecimento, tecnologia e segurança jurídica”, destacou o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette. “Tivemos muitas ações e conquistas em 2022, mas o trabalho não pode diminuir de ritmo. Continuaremos atento as causas e prioridades dos nossos produtores, sempre contando com o apoio dos políticos do nosso Estado que representam o setor”, complementou.

O senador Sergio Moro e Ágide Meneguette

Entre os temas prioritários, Meneguette destacou o PSS – lançado em 2018, como forma de estimular sindicatos rurais a buscarem iniciativas que garantam sua autonomia financeira. O presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR anunciou que a entidade vai promover uma série de 10 encontros regionais de liderança rural, além de levar consultoria a 100 sindicatos rurais. Ainda, o programa contará com um encontro de gestores e mobilizadores sindicais para uniformizar procedimentos. Paralelamente, a entidade prevê o fortalecimento da Comissão Estadual de Mulheres da FAEP (CEMF), que, até o fim de 2022, já mobilizava mais de 1,7 mil participantes em mais de 50 grupos locais.

O Sistema FAEP/SENAR-PR também vai continuar a campo com programas importantes, como o Agrinho – que em 2022 premiou mais de 2,1 mil alunos e professores –, o Jovem Agricultor Aprendiz (JAA) e o Aprendizagem de Adolescentes e Jovens (AAJ). Uma das novidades do ano é a realização da primeira edição do Prêmio Queijos do Paraná, idealizado em parceria com outras entidades e que tem por objetivo valorizar e contribuir com o desenvolvimento do setor lácteo. Além disso, o Sistema FAEP/SENAR-PR também terá como foco ações em ESG (sigla em inglês para sustentabilidade, social e governança corporativa) e a continuidade da ênfase em sanidade.

No âmbito político, o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR apontou a vigilância em relação às novas concessões das rodovias paranaenses. Ao mesmo tempo em que acompanha as negociações em torno da modelagem da licitação, a entidade também está a postos contra o projeto do governo do Paraná, que prevê a criação de um Fundo de Infraestrutura – voltado a custear manutenção de rodovias. Ocorre que, conforme a proposta, os recursos do fundo viriam da taxação de produtos do agronegócio. Após pressão da FAEP, em novembro de 2022, o governo retirou a urgência do projeto, mas a matéria continua tramitando na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

“Isso é uma discriminação do setor agropecuário. É o confisco da renda do agricultor”, definiu Meneguette. “Político não gosta de movimento de pessoas. E nós vamos nos mobilizar contra essa taxação”, reiterou.

Força no Congresso

A Assembleia Geral do Sistema FAEP/SENAR-PR evidenciou que o setor estará bem-representado no Congresso Nacional na atual legislatura. Senador eleito pelo Paraná, Sergio Moro se colocou à disposição para representar o agronegócio e destacou importantes projetos que tramitam nas casas legislativas diretamente relacionados ao meio rural. Ao mesmo tempo, o parlamentar se comprometeu a manter a vigilância sobre o governo federal, fiscalizando o Poder Executivo.

“Existe uma série de projetos de interesse do agro no Senado, como o novo licenciamento ambiental; o mercado de crédito de carbono, que pode ser uma fonte de recursos; defensivos agrícolas e pesticidas. Confesso que não sou especialista no assunto, mas estaremos de ouvidos e coração abertos”, disse Moro. “Temos também uma preocupação em relação a evitar retrocessos. Temos que observar os movimentos do governo federal. Podem contar comigo como um aliado na proteção à propriedade privada”, declarou.

Deputada federal eleita por São Paulo, Rosangela Moro ressaltou a importância de entidades representativas de classe, responsáveis por defender os respectivos setores e constituir um ambiente de debate com o poder público. A nova parlamentar também destacou o papel do setor agropecuário para “pôr comida na mesa das pessoas e do mundo”.

A deputada Rosangela Moro: “Contem comigo”

“A força desses ambientes de debate é o que a gente precisa levar adiante para implantar políticas públicas”, disse. “No caso do agro, precisamos conjugar tecnologia, segurança jurídica, estabilidade e defesa da propriedade privada. Temos muitos pontos em comum. Contem comigo”, acrescentou.

Deputado federal reeleito pelo Paraná e atual presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), Pedro Lupion também reforçou sua proximidade com o Sistema FAEP/SENAR-PR. Ele manifestou preocupação com o que chamou de “desmonte” do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e listou uma série de pautas que vão tramitar no Congresso na atual legislatura que merecem o acompanhamento de perto do setor agropecuário, sobretudo a questão indígena.

O deputado Pedro Lupion falou por videoconferência

“Nosso Mapa deixou de ser o Mapa: perdeu a Conab [Companhia Nacional de Abastecimento], perdemos a questão de agricultura familiar, como se só a esquerda tivesse direito de fazer agricultura familiar”, apontou. “Estamos atentos às pautas do interesse do agronegócio, precisamos prosseguir. O que posso dizer é que na Câmara nós elegemos a bancada mais conservadora da história do Congresso e temos a perspectiva de fazer um bom trabalho. Assumo com a responsabilidade de dar continuidade à atuação do deputado Sérgio Souza, de conduzir esta que é a maior e mais forte frente no Congresso”, disse.

Cenário com margens menores

A Assembleia Geral também contou com programação especializada: a palestra “Perspectivas para a economia e para o agronegócio”, ministrada por Pedro Renault, economista do Banco Itaú, e por Guilherme Bellotti, gerente de consultoria agro do Itaú BBA. No campo econômico, Renault apontou que, após atingir o pico de juros e de inflação, a economia mundial dá mostras de que a tendência é de recuo desses índices. As projeções também indicam uma desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) das principais potências, em um cenário de balanço entre oferta e demanda.

“Os juros e a inflação parecem ter atingido o pico e ter entrado no início do recuo. Com perspectiva de menor consumo, devemos ter um recuo nos preços das commodities, incluindo soja, milho e trigo”, observou Renault.

Paulo Buso, Meneguette, Renault e Bellotti

O Brasil, no entanto, fechou 2022 com crescimento de quase 3%, superando as metas iniciais. O cenário foi reflexo da reabertura da economia pós-pandemia e de injeções do governo, como auxílios. O ponto negativo foi que isso fez crescer a dívida pública para patamar próximo de 75%.

Bellotti, por sua vez, apontou que a tendência é de que os custos de produção do setor agropecuário sejam menores no ciclo 2023/24, sem que haja quedas significativas nos preços das commodities em relação aos praticados hoje. Os produtores, no entanto, devem ter cautela e se preparar para operar com margens menores. Na agroindústria, o cenário deve ser melhor para quem trabalha com exportações.

“A grande preocupação que temos hoje é que a comercialização no Brasil está bastante lenta. A comercialização deve ser mais concentrada e, por isso, o prêmio vem perdendo fôlego em alguns portos brasileiros”, disse Bellotti. “Devemos ter safra grande de soja, possivelmente teremos uma grande segunda safra de milho. Outro elemento importante é o açúcar. Teremos quantidade grande para ser comercializada e movimentada no Brasil”, destacou.

Patrulha Rural

Sobre o Programa Patrulha Rural Comunitária, o capitão Marcelo Trevisan Karpinski e o sargento Marcos Paulo Nascimento, da Polícia Militar (PM) do Paraná, destacaram dados sobre a iniciativa, que conta com parceria dos sindicatos rurais e da FAEP há vários anos, principalmente por meio da produção da cartilha “Segurança Rural”.

Capitão Karpinski destacou parceria com a FAEP

Atualmente, a iniciativa tem atuação direta de 230 patrulheiros distribuídos pelo interior do Estado, em um trabalho ostensivo focado na repressão de crimes no meio rural, em sua maioria contra o patrimônio. Por meio de um sistema de grupos de mensagens instantâneas com a participação dos produtores de cada localidade e utilizando ferramentas tecnológicas de geolocalização, as equipes da PM conseguem agir de forma mais efetiva e ágil. Hoje, já existem 5,5 mil propriedades cadastradas nesse trabalho. Cada uma recebe uma placa com dados específicos e um código através do qual a PM consegue identificar e localizar rapidamente aquela propriedade.

Apesar de o efetivo ainda ser pequeno, existe previsão para contratação de novos policiais, aquisição de viaturas e de novas tecnologias de localização para ainda este ano. Os sindicatos que eventualmente não tenham patrulha rural na sua região podem entrar em contato com a FAEP, que faz esta solicitação junto ao governo do Estado. Segundo Meneguette, esse trabalho segue com apoio incondicional da FAEP. “Essa questão da segurança precisa da participação de todos”, afirmou o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR.

Comissão de Mulheres

A vice-presidente da FAEP e coordenadora da Comissão Estadual de Mulheres da FAEP (CEMF), Lisiane Rocha Czech, destacou o crescimento da participação feminina no sistema sindical, resultado direto da atuação da CEMF ao longo dos últimos dois anos.

“Queremos fortalecer o nosso sistema de representatividade por meio da inserção das mulheres, aumentando a força política do agro nos municípios, no Paraná e no Brasil. Para isso, precisamos de sindicatos fortes e produtores engajados conosco”, ressaltou Lisiane.

Lisiane Czech elencou ações da CEMF

Em sua fala, Lisiane elencou algumas das ações que fazem parte do planejamento estratégico da CEMF, tais como capacitações, visitas técnicas, eventos e formações de novas comissões locais. Além da notoriedade alcançada no Paraná, a CEMF já vem ganhando visibilidade nacional, consolidando-se como inspiração para Federações de outros Estados, a exemplo de Minas Gerais, São Paulo, Rondônia e Santa Catarina. Recentemente, a Comissão Estadual de Mulheres da FAEP também recebeu um convite para compor a coordenação da recém-criada Comissão Nacional de Mulheres do Agro pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que será inspirada na Comissão do Paraná. A coordenadora Simone de Paula assumirá o cargo de segunda vice-presidente.

ESG

A diretora de ESG do Sistema FAEP/SENAR-PR, Fabiana Campos, apresentou as ações previstas para este ano, inclusive no aspecto de levar informações sobre o tema para dentro das propriedades rurais. Os planos da FAEP na área de ESG para esse ano envolvem as ações como cursos para presidentes, funcionários e parceiros de sindicatos rurais, cartilha sobre o tema, peças de comunicação e até dias de campo levando conhecimento sobre ESG aos produtores rurais.

Fabiana Campos destacou conservação promovida por produtores

“Os produtores rurais têm sido rotulados injustamente como responsáveis pela degradação do meio ambiente e pelas mudanças climáticas. Precisamos mostrar para o mundo que já fazemos a nossa parte e fazemos direito. Não é justo levarmos essa marca, quando o que ocorre é justamente o contrário”, afirmou, referindo-se a todo trabalho de conservação e respeito às regras ambientais que já existem nas propriedades.

Relatório de atividades

Encerrando a programação da Assembleia Geral, a diretora de Planejamento, Orçamento e Controle (DEPC) do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ana Paula Toledo Machado, apresentou o relatório de atividades de 2022. A dirigente discorreu sobre as principais mudanças e implementações ocorridas ao longo do ano passado, com destaque para o planejamento estratégico do Sistema FAEP/SENAR-PR e novas ferramentas de gestão.

Ana Paula falou sobre mudanças implementas

Imprensa

Composto por jornalistas e diagramadores, o Departamento de Comunicação do Sistema FAEP desenvolve a divulgação das ações da entidade. Entre suas tarefas, uma é o relacionamento com a imprensa, incluindo a do setor agropecuário e também os veículos

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