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Excesso de oferta provoca queda no preço do feijão no Paraná

A produção de feijão superou as expectativas dos agricultores da região central do Paraná, uma das principais produtoras do grão do país. Mas os estoques altos causaram problemas de preço da saca, que chegou a valores bem abaixo do mínimo estipulado pelo governo.

O agricultor Valmir Hort, de Manoel Ribas, colheu nesta safra 1,8 mil sacas de feijão carioca. O produtor estaria feliz com a boa safra se não fossem os problemas com a comercialização.

"Nós não temos local adequado para guardar. O feijão está em cima do caminhão, encostado em silo de empresa de terceiro e esperando uma solução para ver como se enquadra. Eu vou jogar fora. Não tem outra saída. Nós não temos armazém, não temos estrutura, não temos secador, não temos nada", reclamou Ribas.

A região central do Paraná é uma das principais produtoras de feijão do país e pela região os armazéns ainda estão lotados com produtos das safras anteriores. Este ano, houve aumento tanto de área plantada como de produtividade.

No estado, a expectativa é que sejam colhidas 542 mil toneladas de feijão, um valor 11% maior do que na última safra. Com isso, o preço caiu e a saca de 60 quilos, que no ano passado chegou a ser vendida por até R$ 200 na região, vale R$ 40, um valor inferior ao mínimo estipulado pelo governo, que é de R$ 80 no Paraná.

O agricultor Reinaldo de Oliveira, de Ivaiporã, preferiu não esperar mais e vendeu o que colheu. "Na semana passada eu consegui R$ 50, mas não quis vender. Eu decidi esperar uma melhora de preço. Agora, estão pagando R$ 40. De agora para frente vai avermelhando e ficando pior", justificou.

Desde janeiro, a Faep, Federação de Agricultura do Paraná, tenta a intervenção do governo através de leilões, mas até não houve resultado.

"A federação está muito preocupada com a situação do feijão. Os produtores estão desesperados. Existe uma política de garantia de preços mínimos. Em janeiro, a Faep solicitou que o governo interviesse no mercado comprando ou escoando o feijão para regiões consumidoras. O governo até agora não respondeu a essa demanda. A gente está na expectativa de que essa semana esses leilões sejam anunciados pelo ministro da Agricultura. Esse preço veio baixo porque houve aumento na produção. Além de ter um consumo menor de feijão nos meses de janeiro e fevereiro, ocorreu um problema das importações que chegam ao Paraná e a São Paulo", explicou Pedro Loyola, economista da Faep.

Veja o vídeo do Globo Rural aqui

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