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Estudo mapeia situação das pastagens no Brasil

Em um ano de trabalho, que não envolveu pesquisas de campo, a equipe do geógrafo Laerte Ferreira, da UFG, compilou bases de dados do IBGE e outras fontes, além de imagens de satélite e análises de indicadores como índices de vegetação e evapotranspiração de grado bovino

O Brasil tem cerca de 172 milhões de hectares destinados a pastagem, com diferentes níveis de produtividade que em geral são desconhecidos mesmo no próprio setor de agronegócios. É o que aponta estudo sobre a qualidade das pastagens brasileiras feito pelo Laboratório de Processamento de Imagens e Processamento da Universidade Federal de Goiás (UFG) em parceria com a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE).

Em um ano de trabalho, que não envolveu pesquisas de campo, a equipe do geógrafo Laerte Ferreira, da UFG, compilou bases de dados do IBGE e outras fontes, além de imagens de satélite e análises de indicadores como índices de vegetação e evapotranspiração de grado bovino.

Segundo o estudo, que avaliou dados dos últimos 14 anos e considerou apenas áreas de, no mínimo, 25 hectares, 45% da área de maior concentração de atividade pecuária no país – que compreende grande parte do Centro-Oeste, sul da Amazônia, oeste de Minas, Tocantins, Maranhão e oeste do Nordeste – são de baixa produtividade de pastagem.

Segundo Ferreira, isso não quer dizer que essas pastagens são impróprias para pecuária, mas sim que, se os pecuaristas realizarem manejos adequados, seu uso poderá ser intensificado. “O maior desafio é identificar o uso da pastagem e aumentar a lotação bovina por hectare no território nacional”, afirmou.

A pesquisa indica que os pastos de maior produtividade estão no Cerrado, enquanto os Estados de Goiás, Maranhão, Tocantins, norte do Mato Grosso, sul do Pará e porções do Acre, Rondônia e o sul do Amazonas a produtividade é considerada média. “Agora sabemos que o bioma amazônico não tem pastagens tão produtivas quanto as do Cerrado mato-grossense e sul-mato-grossense e de parte do Estado de São Paulo, por exemplo”, destacou Rafael Fleury, assessor da SAE.

O agrônomo João Pedro Cuthi, de Mato Grosso do Sul, pondera que, apesar do potencial brasileiro de aumentar a intensificação do uso de áreas voltadas para a pecuária, a grande maioria dos pecuaristas brasileiros não tem acesso a assistência técnica para aumentar a produtividade. Ele citou um estudo da Embrapa que apontou que pelo menos 70 milhões são de áreas degradadas onde não se produz mais do que duas cabeças de gado por hectare.

Fonte: Valor Econômico – 12/12/2014

 

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